Jornal Correio Braziliense

Politica

Centrais vão ao Congresso na terça-feira por aumento do salário mínimo

São Paulo ; As centrais sindicais estão convocando os filiados para uma manifestação conjunta no Congresso Nacional, em Brasília. O ato deve ocorrer na próxima terça-feira (15), dia que os sindicalistas esperam ver entrar na pauta de votações a proposta do governo de reajustar o salário mínimo para R$ 545. Segundo representantes das entidades, o governo federal já sinalizou que não vai mais negociar o valor do mínimo deste ano.

Um projeto de lei propondo regras para o reajuste do piso deve ser enviado pela equipe da presidenta, Dilma Rousseff, ao Congresso nos próximos dias. Com a proposta em pauta, eles pretendem pressionar os deputados.

;O que nos resta é fazer uma mobilização no Congresso para um aumento real do mínimo;, disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva. ;Todos os nossos dirigentes já foram convocados para ir a Brasília. Todas as centrais também devem estar lá.;

De acordo com o sindicalista, a intenção da manifestação é convencer os parlamentares de que é necessário um aumento real para quem ganha salário mínimo. A intenção é convencer os deputados a alterar o projeto do governo. ;Podemos antecipar parte do aumento que o mínimo terá em 2012 ou mesmo baixar um pouco a proposta dos R$ 580, mas temos que que conseguir um aumento real.;

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, disse que os sindicalistas ligados à Força também vão promover uma série de assembleias e manifestações para reivindicar a correção da tabela do Imposto de Renda (IR) e um reajuste maior para os aposentados.

Hoje (9), inclusive, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes paralisou 19 fábricas da capital paulista por duas horas para cobrar do governo federal um reajuste de 6,46% da tabela do IR.

O presidente do sindicato, Miguel Torres, disse que cerca de 13 mil metalúrgicos aderiram à paralisação. Segundo ele, a categoria conseguiu um aumento salarial de 10% no ano passado, mas parte deste ganho está sendo ;confiscado; pelo governo, já que a tabela do IR não foi corrigida.

Para o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antonio Neto, a decisão sobre o salário mínimo influencia a definição dos outros pontos da pauta dos sindicalistas. Ele disse ainda que as centrais vão convocar outros movimentos para participar dos atos em Brasília. ;Estamos conversando com os sem terra, os estudantes, os aposentados;, afirmou Neto. ;Todos vão engrossar o coro por um salário mínimo maior.;