O presidente da Câmara dos Deputados e candidato à reeleição, deputado federal Marco Maia (PT-RS), reconheceu, nesta quarta-feira (19), que o valor de R$ 540 ;é pouco; para o salário mínimo. A medida provisória do governo que reajustou o salário mínimo tramita na Câmara e começa a ser debatida a partir de fevereiro, no início do ano legislativo.
Maia defendeu um valor que acompanhe os ganhos reais obtidos ao longo dos últimos oito anos sem, no entanto, comprometer os gastos públicos. ;Precisamos procurar um equilíbrio. O meu papel, é tentar conduzir as negociações de forma equilibrada que permita, a cada um [Executivo, centrais sindicais e partidos], dar a sua opinião;, disse o presidente da Câmara, em entrevista ao programa 3 a 1, da TV Brasil, que vai ao ar hoje, às 22 horas. O programa, ancorado por Luiz Carlos Azedo, teve a participação dos jornalistas da EBC Eudes Junior e Tereza Cruvinel.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o Executivo tem caixa para elevar o valor do salário mínimo para R$ 545. No Congresso, entretanto, outras propostas são discutidas. As centrais sindicais e os aposentados querem um reajuste para R$ 580. PSDB e Democratas, da oposição, já anunciaram que defenderão o valor de R$ 600, bandeira do candidato tucano à Presidência da República em 2010, José Serra.
Na entrevista ao 3 a 1, Marco Maia defendeu ainda a autonomia do Legislativo de promover mudanças em matérias (projetos de lei e medidas provisórias) encaminhadas pelo governo federal. ;O governo precisa entender que, quando apresenta propostas [ao Congresso], poderão haver mudanças. Isso faz parte do trabalho parlamentar;.
Marco Maia também tratou de outros assuntos, como a lentidão do Congresso para apreciar temas relevantes para a população. ;Precisamos acelerar o processo legislativo, permitir que o Congresso exerça seu papel de forma atuante;. Ele acrescentou que, se eleito para mais um mandato de presidente da Câmara, ;patrocinará esse diálogo;. Marco Maia também se mostrou favorável a análise de mecanismos que permitam maior interação da sociedade com o Congresso, por meio de plebiscitos, consultas e referendos.