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Dilma fez ajustes em estruturas vistas como 'imexíveis' no governo Lula

O governo é de continuidade, mas, em 15 dias à frente da Presidência, Dilma Rousseff instruiu seus ministros a realizarem vários ajustes em estruturas que permaneceram inalteradas durante os oito anos de Luiz Inácio Lula da Silva. Defesa, Justiça, Previdência, Cidades, Desenvolvimento Econômico e Secretaria-Geral da Presidência já receberam o toque pessoal de Dilma.


Assim que recebeu a faixa, a caneta, e se tornou senhora da Esplanada e do Diário Oficial da União, a presidente não se acanhou em promover mudanças. Tirou a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a entregou ao Ministério da Justiça; transferiu o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) da Casa Civil e o devolveu ao Ministério da Defesa.


A gestão do Programa Minha Casa, Minha Vida também é avaliada com lupa. Nas primeiras semanas, o Ministério das Cidades já fez remanejamento de verbas destinadas à versão rural do programa. O esforço para ;arrumar a casa; também já produziu estratégias para reduzir o rombo da Previdência. A Advocacia-Geral da União (AGU) tentará substituir os processos judiciais por acordos para receber de empresas devedoras do Instituto Nacional de Previdência Social (INSS) ressarcimento por gastos da Previdências com benefícios relacionados a acidentes de trabalho.


A invasão de produtos chineses, que não encontrou resistência durante o governo Lula, é uma preocupação de Dilma. A presidente mobilizou pelo menos três ministérios ; Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio Exterior, Ciência e Tecnologia, e Fazenda ; para elaborarem políticas e reduzir a presença dos produtos no mercado brasileiro. A atuação da Secretaria-Geral da Presidência também será reformada. Dilma conta com Gilberto Carvalho para manter controlada a temperatura dos movimentos sociais e se antecipar às demandas para evitar crises.

Inclinações

O estilo ;silencioso; nos primeiros dias de governo, analisa o cientista político Paulo Kramer, também é uma ;reforma; no governo. ;É uma Presidência silenciosa. Mostra que Dilma segue suas inclinações.; O professor da Universidade de Brasília (UnB) aponta que o primeiro ano de governo será fundamental para a transição do ;lulismo; ao ;dilmismo; e que, apesar de a administração continuar nas mãos do PT, somente a permanência de ministros do governo anterior no cargo dão a impressão de continuidade. ;Ela manteve ministérios para demonstrar gratidão a Lula. Isso contribuiu para que haja essa falsa impressão de continuidade;, afirma o cientista político.


Kramer observa que dos ministros ;lulistas; o único que deve continuar na Esplanada durante os quatros anos é o chefe da Casa Civil, Antônio Palocci. ;O Palocci vai continuar desempenhando papel importante. É conhecido como zagueiro político do governo anterior e exercerá esse papel no governo Dilma.; Além da estrutura ministerial, Dilma também terá que contar com Palocci no papel de ;algodão entre os cristais;, para contornar o fogo amigo que pode nascer do deslocamento interno de poder no PT, afirma o cientista político.

O dedo da presidente

Previdência ; Portaria da AGU tentará substituir processos judiciais por acordos para receber de empresas devedoras do INSS ressarcimento por benefícios relacionados a acidentes de trabalho.

Secretaria Nacional Antidrogas ; O Ministério da Justiça ganhou a estrutura que pertencia ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Centro Gestor do Sistema de Proteção da Amazônia ; O órgão que
pertencia à Casa Civil agora terá coordenação militar.

Ministério das Cidades ; Gestão do Minha Casa, Minha Vida está sendo revista. O governo remanejou recursos dos estados, levando em conta a demanda do programa.

Produtos chineses ; Ação dos ministérios de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, e Fazenda para reduzir a invasão no mercado brasileiro.