O fim da corrida eleitoral e da composição inicial da Esplanada dos Ministérios no governo Dilma Rousseff fez com que praticamente nenhuma legenda terminasse o ano pacificada. Agora, os partidos da base governista e da oposição reservaram as próximas duas semanas para costurar acordos internos que permitam a eleição dos líderes no Congresso sem grandes rachas. Uma tarefa bastante difícil.
A série de eleições para as lideranças terá início hoje, com a escolha do representante petista no Senado. Os nomes de Humberto Costa (PE) e Walter Pinheiro (BA) são os mais cotados. A maior disputa no partido está focada no cargo da Mesa Diretora a que a legenda tem direito. Marta Suplicy (SP) e Delcídio Amaral (MS) tentam se cacifar para a Vice-Presidência ou a Primeira-Secretaria da Casa.
Os peemedebistas do Senado fecharam acordo antes mesmo do recesso e, pelo menos por hora, as mudanças estão descartadas. O presidente da Casa, José Sarney (AP), e o atual líder da bancada, Renan Calheiros (AL), serão reconduzidos aos respectivos cargos sem resistências internas. O senador Romero Jucá (RR) foi confirmado na liderança do governo.
Na Câmara, o atual líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), tem o controle da maior parte da bancada, mas enfrenta resistências da ala mineira. Leonardo Quintão (MG) tenta se lançar ao posto. Já o PT fechou o nome de Paulo Teixeira (SP) para a liderança do partido na Casa, mas ainda não tem confirmada a permanência de Cândido Vaccarezza (SP) como líder do governo.
A temperatura elevada em parte das bancadas governistas também se repete na oposição. DEM e PSDB enfrentam divergências internas para a escolha dos novos líderes e dos postos na Mesa Diretora. Atual líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen (SC) assumirá a Secretaria de Desenvolvimento de Santa Catarina e deixará o cargo vago em fevereiro. Atualmente, surgem como nomes para a sucessão Marcos Montes (MG) e Mendonça Prado (SE). No Senado, a liderança do partido está definida para Demostenes Torres (GO), com o senador José Agripino (RN) assumindo o comando nacional da sigla.
Tucanos
Em processo de discussão pela sucessão do atual presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), os tucanos têm três nomes apresentados para disputarem a liderança do partido na Câmara. Por tradição, a vaga é ocupada pela maior bancada estadual, no caso a paulista, que indicou Duarte Nogueira (SP). Paulo Abi-Ackel (MG) e Otávio Leite (RJ) também apresentaram seus nomes. A hipótese mais provável é de que o partido acene como a liderança da minoria e o cargo na Mesa Diretora para que dois dos candidatos deixem a disputa sem maiores rachas.
As eleições internas tucanas estão marcadas para 26 de janeiro. No Senado, a liderança permanecerá, pelo menos neste ano, com o parlamentar paranaense Álvaro Dias.