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Advogado da Itália pede que STF impugne pedido de soltura de Battisti

O advogado da Itália no Brasil, Nabor Bulhões, entrou nesta terça-feira (4/1) no início da tarde com uma impugnação ao pedido de soltura do ex-ativista Cesare Battisti no Supremo Tribunal Federal (STF). Ontem (3), a defesa de Battisti protocolou na Corte o pedido de soltura imediata do italiano, que foi encaminhado ao presidente Cezar Peluso.

Segundo Bulhões, o pedido de revogação da prisão não tem amparo legal. ;Quem decretou a prisão foi o STF, o plenário corroborou a decisão. O plenário é que tem competência para verificar a compatibilidade entre a não concessão de extradição e a decisão da Corte antes de se falar sobre a soltura;.

O documento protocolado hoje afirma que não é ;minimamente razoável; o argumento da defesa de Battisti de que o próprio Executivo poderia decretar a soltura do italiano. ;Como é de obviedade plena, só quem pode decretar e simetricamente revogar prisão, segundo a ordem jurídica constitucional brasileira, é o Poder Judiciário;, diz trecho da petição.

[SAIBAMAIS]O STF informou que Peluso não pretende decidir sobre a soltura e que ele encaminhará todos os documentos ao relator do caso, o ministro Gilmar Mendes. Mendes, por sua vez, afirmou que não decidirá nada enquanto durar o recesso do Judiciário, que termina no dia 31 de janeiro.

Bulhões disse que o governo italiano não foi notificado formalmente sobre a decisão do presidente Lula. ;A publicação no Diário Oficial da União não cumpre o papel de informar legalmente a Itália;, diz Bulhões. De qualquer forma, o advogado afirma estar preparando um recurso contra decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para dar entrada no STF até o final da semana.

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, convocou para hoje, em Roma, uma reunião extraordinária com o embaixador italiano no Brasil, Gherardo La Francesca, para tratar do assunto. Também participará da reunião o representante italiano na União Europeia (UE) Nelli Feroci. Parentes das vítimas de crimes atribuídos a Battisti e parlamentares organizaram uma série de manifestações, em diferentes cidades da Itália, de indignação contra a decisão de Lula de não extraditar o ex-ativista, tomada no último dia 31 de dezembro.