Brasília - O presidente do Democratas (DEM), deputado Rodrigo Maia (RJ), anunciou nesta quarta-feira (8/12) que encurtará o próprio mandato à frente do partido e convocará, para o dia 15 de maio de 2011, novas eleições para a executiva nacional. Depois do desempenho ruim do DEM nas últimas eleições, quando o partido perdeu espaço no Congresso Nacional, Maia vinha sofrendo pressões internas para deixar o cargo e admitiu hoje que um acordo se tornou inviável.
;Eu não poderia colocar a minha vaidade pessoal acima da vontade da maioria. Não poderia, de forma alguma, ser responsável por uma implosão do partido;, afirmou o deputado após breve reunião com os principais líderes da legenda, quando a decisão foi formalizada. Ele disse ainda que não será candidato à própria sucessão.
Rodrigo Maia criticou a candidatura de José Serra (PSDB) à presidência da República, que teve o apoio dos democratas. Para ele, foi ;desastrosa e não acrescentou nada para a oposição no primeiro turno;. Disse ainda que, apesar de o PSDB ter sido correto com o DEM durante o processo eleitoral, o mesmo não poderia ser dito de Serra. ;Nosso candidato decidiu fazer uma campanha ouvindo apenas o seu marqueteiro. Nós esperávamos que ele tivesse um desempenho melhor que o de Geraldo Alckmin em 2006 e isso não aconteceu;, lamentou Maia.
A maior independência em relação ao PSDB foi um dos objetivos apontados por líderes democratas. Segundo o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), a legenda precisa se reestruturar para as eleições municipais e ;deixar de ser um apêndice do PSDB;.
;O partido teve desempenho bom só em alguns lugares. Nós precisamos ter um fôlego para constituir novas comissões para podermos participar das eleições municipais. E o partido também se move, até para deixar de ser apêndice do PSDB, embora possamos, e devamos, trabalhar juntos;, afirmou Demóstenes. Segundo ele, o partido já tem um nome em torno do qual deve se unir para o mandato provisório: o do senador José Agripino Maia (DEM-RN).
Agripino disse que está à disposição, desde que a candidatura seja de consenso. ;Candidato para disputar eu não serei. Se houver um consenso, serei candidato honrosamente;, afirmou. O senador, líder do partido, também disse que qualquer outra proposta sobre o futuro do DEM, como a de fusão com outros partidos para aumentar de tamanho, deverá ser posta de lado até a convenção de 15 de março.
A executiva provisória que será eleita no início do próximo ano deverá permanecer no comando do DEM até dezembro de 2011, quando se encerraria o mandato atual. Ela será responsável pela convocação de eleições para as executivas municipais, estaduais e de uma nova executiva nacional para assumir em 2012.