Logo que ingressou na vida política, pela Juventude Socialista do PDT, Giles Carriconde Azevedo comunicou a um de seus padrinhos que iria participar das grandes transformações na politica brasileira. Só não imaginava que um dia estaria tão perto do poder. Braço direito da primeira mulher eleita presidente da República, o geólogo tem cadeira cativa no governo pós-Lula. ;O Giles está para a Dilma (Rousseff) assim como o Gilberto Carvalho está para o Lula. É uma relação de confiança total;, compara um assessor da equipe de transição.
A carreira do futuro chefe de gabinete da presidente foi lapidada ;minuto a minuto;. Giles concentra-se e dedica-se, integralmente, ao que está fazendo naquele momento. Adjetivos de intensidade são comuns para descrever o antigo secretário da Casa Civil.
Formado pela Universidade de Brasília, ele serviu ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) no Pará em 1984. Em seguida, foi para o Rio Grande do Sul. Assumiu a chefia de gabinete no governo de Alceu Collares (PDT), época em que conheceu Dilma, e depois a Presidência da Companhia de Gás (Sulgás). Sempre foi, segundo Collares, uma pessoa capaz de captar quais eram sua função e responsabilidade em uma equipe. Esse foi um dos motivos que atraiu os olhares da secretária que viraria ministra de Minas e Energia em 2003.
Decisões firmes
Leal e discreto ; e também muitas vezes visto como uma pessoa introvertida ;, Giles reúne duas qualidade que Dilma busca nos profissionais que a cercam, o que, de certa forma, agrada o estilo ;mandona; da petista. Porém, o gaúcho é tido como firme nas decisões que toma e extremamente competente na defesa dos interesses. À frente da Secretaria no Ministério de Minas e Energia, tornou-se uma figura importante nas negociações com o setor mineral. Durante uma premiação pela atuação no cargo por representantes da área, Giles foi descrito como o Tio Anastácio, do folclore gaúcho, ;com muita calma e perícia, reservado e sem malícia.;
Dilma foi responsável também pela migração partidária de Giles do PDT para o PT. Em mais uma transição, agora para o futuro governo Dilma, Giles também é visto como um homem muito educado e gentil. É muito difícil, para não dizer impossível, ouvir críticas pelos corredores do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição, quando o assunto é Giles Azevedo. ;Acho praticamente impossível você encontrar uma pessoa que fale mal dele. Ele é extremamente profissional, capacitado e sempre solícito;, afirma uma assessora.
O geólogo foi um dos primeiros indicados por Dilma para compor sua equipe de transição e tem o melhor salário do grupo, junto com a ex-assessora da Casa Civil Clara Ant e Helena Chagas.
Casado, dois filhos, o gaúcho também é visto como um ótimo pai. De vez em quando, também gosta de um programa bem familiar: caminhar com a mulher e os filhos pelo Parque da Cidade.