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Candidata a deputada estadual é detida no RJ por ameaças a eleitores

Agentes da Polícia Federal (PF) prenderam, na manhã de ontem, a presidente da Câmara Municipal de Angra dos Reis (RJ), a vereadora Vilma dos Santos (PRB), e o assessor jurídico da Casa, o advogado Marcos Ubiraci. Ambos são acusados de corrupção eleitoral. Eles teriam usado o gabinete da vereadora, que servia de fachada para um centro social, para cooptar eleitores a votarem em Vilma.

Candidata a uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a vereadora, que está no terceiro mandato, recebeu apenas 7.133 votos nas eleições do último domingo, quantidade que não foi suficiente para ela se eleger deputada estadual.

De acordo com informações da PF, Vilma e Ubiraci foram indiciados com base no artigo 299 do Código Eleitoral, que prevê punições para os crimes de compra e venda de voto. Eles responderão por corrupção eleitoral, formação de quadrilha, coação e uso da máquina pública com fins eleitorais. Em depoimento, as testemunhas que denunciaram o caso disseram ter sofrido ameaças da presidente da Câmara e do assessor jurídico.

A prisão de ambos havia sido decretada em 1; de outubro. No entanto, a dupla só foi detida ontem, uma vez que a lei eleitoral proíbe a prisão de candidatos nos dias que antecedem as eleições e até dois dias depois do pleito. Nesse período, a legislação só permite prisões em flagrante delito.

Marcos Ubiraci até poderia ter sido preso antes, segundo a PF, mas não foi detido por estratégia da corporação, que preferiu prender a vereadora e o assessor jurídico juntos.

Mandados
Além das duas prisões, os policiais federais cumpriram cinco mandados de busca, também expedidos pela juíza da Zona Eleitoral de Angra dos Reis, no sul fluminense, Juliana Bessa Ferraz Krykhtine. As buscas foram feitas em uma entidade filantrópica mantida com a ajuda de Vilma dos Santos e também na sede municipal do Partido Republicano Brasileiro.