A empresa que protagonizou a suspeita de advocacia administrativa e de tráfico de influência na Casa Civil perdeu o contrato de R$ 19 milhões que mantinha com os Correios. Uma decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) derrubou uma liminar que mantinha a concessão para que a Master Top Linhas Aéreas (MTA) fizesse o transporte de cargas postais entre Manaus, Brasília e São Paulo. A companhia teve sua licença para voar liberada em tempo recorde pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), supostamente por intervenção de Israel Guerra, filha da ex-ministra Erenice Guerra.
A MTA havia vencido uma licitação para operar uma linha aérea dos Correios, mas foi desclassificada por não ter apresentado os documentos necessários no processo. A empresa entrou na Justiça e garantiu manter a rota por liminar, derrubada ontem. O caso envolvendo a MTA foi o primeiro de uma série denúncias envolvendo os filhos de Erenice. Seu filho Israel foi acusado de ter influenciado em favor da companhia na intenção de obter mais contratos. Além de Erenice, deixou o cargo o diretor de operações dos Correios, Artur Rodrigues Silva, acusado de ser o representante da MTA no Brasil.
Ontem, o advogado da campanha do PT à Presidência da República, Márcio Silva, esteve na Polícia Federal explicando que não sabia o teor das reuniões mantidas em seu escritório por envolvidos no escândalo da Casa Civil e descartou qualquer envolvimento no caso. ;Eles são investigados. Eu não;, disse Silva, afirmando que o fato não influencia sua função dentro da campanha. No Senado, a falta de parlamentares da bancada governista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) impediu a convocação de Dilma Rousseff para falar sobre o caso.