Requerimento de convocação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para prestar esclarecimentos sobre denúncias de quebra de sigilo de aliados do presidenciável José Serra e suposto acesso a informações da filha do candidato, Verônica Serra, elevaram a temperatura das discussões entre governistas e opositores no Senado.
A reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) foi marcada por acaloradas discussões, provocações e xingamentos entre parlamentares do DEM, PSDB e PT. Os governistas conseguiram derrubar o requerimento de convocação de Mantega, apresentado pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), por 11 votos a 8.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que o ministro teria interesse em comparecer como "convidado" para falar sobre as apurações em curso na Receita Federal para averiguar as denúncias de vazamento, mas Dias insistiu na tese de convocação. Jucá afirmou que a utilização eleitoral dos episódios assemelhavam-se a "desespero" e o tucano rebateu dizendo que "desespero é quebrar sigilo" e chamou aliados da candidata Dilma Rousseff (PT), que supostamente atuaram no vazamento de informações fechadas, de "politicalhões, marginais da política".
O segundo embate do dia foi protagonizado por Kátia Abreu (DEM-TO) e Eduardo Suplicy (PT-SP). A senadora não gostou da menção de Suplicy em relação ao distanciamento de Kátia da CPI que investiga destinação de recursos ao MST. A parlamentar rebateu o petista de forma áspera e relembrou episódio em que o senador vestiu uma cueca em cima da calça para participar do programa humorístico Pânico, no Salão Azul. "O meu mandato é do tamanho do seu. Nunca mais me chame a atenção. Eu nunca andei de cueca vermelha nessa Casa. Cuidado com o seu telhado", disse Kátia a Suplicy.