O atentado contra o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE-SE), Luiz Mendonça, que teve o carro alvejado por mais de 30 tiros na manhã desta quarta-feira (18), levantou a hipótese de o crime ter alguma motivação política, especialmente no ano em que a Lei da Ficha Limpa entrou em vigor. Em entrevista coletiva no início da tarde de hoje (18), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, não descartou a hipótese.
Neste ano, o Ministério Público Eleitoral de Sergipe pediu oito impugnações com base na Lei da Ficha Limpa, sete delas liberadas pelo TRE-SE. Cinco dos casos eram relativos à rejeição de contas: Jackson Barreto (PMDB), candidato a vice na chapa do atual governador, Marcelo Déda; Rogério Carvalho (PT), candidato a deputado federal; Rosa Maria (DEM), candidata a deputada estadual; e Eduardo Marques (DEM), candidato a deputado federal.
Gilmar Carvalho (PR), candidato a deputado estadual, foi impugnado por ter renunciado ao cargo em 2005 para não sofrer processo disciplinar da Assembleia Legislativa. Já o candidato a deputado estadual Gustinho Ribeiro (PV) foi condenado pela Justiça Eleitoral por doações superiores ao permitido em lei nas eleições de 2006.
A Justiça Eleitoral sergipana barrou apenas um candidato com base na Lei da Ficha Limpa. Rubens Oliveira Bastos, candidato a deputado estadual pelo PT do B, teve sua candidatura impedida pelo TRE-SE por ter sido condenado, em 2008, a 12 anos de prisão por homicídio.
Por ter sido condenado por órgão colegiado, o candidato não poderia se registrar, mas conseguiu uma certidão criminal negativa mudando a grafia de seu sobrenome no registro de "Oliveira" para "Oliveria". O procurador regional Eleitoral, Ruy Nestor Melo, já pediu para o Ministério Público Federal analisar se houve crime de falsidade ideológica.