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Politica

Primeiro embate dos presidenciáveis ainda sem muitas emoções

Os petistas agradeceram aos céus o jogo do Internacional contra o São Paulo, pela Taça Libertadores, ter sido bem na hora do debate entre os presidenciáveis da TV Bandeirantes. Foi o primeiro confronto entre os principais candidatos, no qual Dilma Rousseff e José Serra praticamente dominaram a cena. Foram 24 vezes em que um perguntou para o outro. Serra, mais tarimbado em disputa eleitoral, atacou mais do que a adversária petista, obrigada a defender o governo sem nunca ter participado de uma eleição.

Quanto aos dois outros participantes, Marina Silva, do PV, e Plínio de Arruda Sampaio, do PSol, os analistas consideraram que Plínio terminou por se sobressair mais do que a candidata verde. Até porque foi a única novidade de fato na arena eleitoral. Até então, Plínio só havia aparecido nas redes de TV a cabo e nos jornais, onde a maioria do noticiário fala apenas de Serra, Dilma e Marina.

Nas considerações finais, por exemplo, Plínio teve mais tempo na TV do que terá nos dois programas eleitorais exibidos num dia.

Marina também teve mais tempo do que terá em cada programa eleitoral na TV. Tinha que ter se saído bem melhor do que Dilma e Serra para arrancar votos deles ou conquistar alguns dos indecisos . Mas ficou na média, ou seja, não aproveitou o debate como deveria.

Dilma, por sua vez, gaguejou em várias respostas e foi quem mais extrapolou o tempo de respostas das perguntas. Mas a torcida petista considerou que ela não foi mal e também não perdeu pontos em razão do desempenho na TV agora há pouco. A avaliação dos petistas difere daquela feita pelos tucanos. A torcida do PSDB considerou José Serra o grande vencedor, capaz de apresentar propostas mais concretas, como a nota fiscal brasileira (a reposição de 30% dos impostos federais pagos à União) nos moldes do que foi feito pela nota fiscal paulista. E, como já concorreu à Presidência da República, não poderia perder nesse terreno - e, segundo avaliação geral, não perdeu.

Como primeiro passo da campanha presidencial, o debate não provocou assim tantas emoções, ainda mais com o jogo da Libertadores na telinha. Agora, será esperar pelos debates das outras emissoras, em Setembro. Os candidatos e analistas só esperam os próximos não coincidam com os jogos de futebol decisivos, que sempre deram mais Ibope do que a política.