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Depois de o TSE vetar, equipe petista faz uma versão mais 'light' do texto para incluir em site tucano

O PT apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma nova versão do texto de direito de resposta a ser veiculado na página de internet Mobiliza PSDB. A versão repaginada exclui todas as referências a Dilma Rousseff, candidata do partido ao Palácio do Planalto, e limita-se a listar as ações do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de combate ao crime e em prol da segurança pública.

Os estrategistas da campanha consideraram um erro ter incluído no documento original citações elogiosas a Dilma, rejeitadas por Henrique Neves, ministro do TSE. Na avaliação de integrantes da campanha, se o texto fosse seco, a página dos tucanos já teria estampado o direito de resposta. O tropeço, no entanto, só foi contabilizado depois que Neves determinou uma nova versão do texto do direito de resposta. Apesar de o partido ter conseguido o espaço no site tucano, a decisão do tribunal está suspensa para julgamento do mérito, marcado para a próxima segunda-feira.

Dois trechos foram excluídos. ;Nossa candidata, Dilma Rousseff, é recebida com entusiasmo pelas multidões, numa campanha pautada pelo comportamento republicano; e ;nossos adversários valem-se da manipulação na vã tentativa de mudar o julgamento amplamente favorável que a sociedade faz do PT, do governo do presidente Lula e de nossa candidata, Dilma Rousseff;. Ambos foram riscados. Neves considerou as frases propagandas eleitorais.

O documento recauchutado passou pelo crivo da equipe do marqueteiro João Santana e do presidente do PT, José Eduardo Dutra. O texto inclui um parágrafo para sublinhar que a Justiça considerou ofensiva à legenda a entrevista do deputado Índio da Costa (DEM-RJ), vice de José Serra, na qual o parlamentar liga o partido ao narcotráfico e a guerrilheiros colombianos. ;O PT condena o terrorismo e rejeita a violência política contra qualquer cidadão. (;) O povo nos conhece. E não se deixa enganar.;

Dentro da campanha, a ofensiva do PSDB é tratada com cautela por temor de que possa reverberar entre eleitores que ainda não decidiram seu voto. Também com prudência está sendo discutida a participação de Dilma em programas de candidatos de partidos aliados ao Senado e aos governos estaduais. Ela começa a gravar mensagens de apoio na próxima semana. Essa estratégia é uma forma de evitar que a candidata tenha de passar pelo constrangimento de participar de comícios em estados onde há mais de um candidato aliado na disputa, casos de Bahia, Amazonas e Maranhão.

Esse tema foi tratado em reunião do conselho político da campanha, ontem. A orientação é Dilma participar de espaços de televisão e rádio no horário eleitoral gratuito a partir de 17 de agosto. ;As gravações começam na próxima semana;, disse o presidente em exercício do PDT, Manoel Dias.

Batuta
O encontro serviu para discutir a participação do presidente Lula na campanha. Esta semana ele provavelmente estará ao lado da candidata em Porto Alegre, num comício ao lado do candidato do PT ao governo gaúcho, Tarso Genro, na quinta. ;O Lula é o maestro da campanha e conduz quase a metade dos votos;, disse o deputado Mario Negromonte, que também participou do conselho político.

Nas próximas agendas, Dilma continuará reforçando a participação em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde estará ao lado de Lula na semana que vem. A cúpula da campanha buscou minimizar divergências entre as recentes pesquisas eleitorais. Na reunião do conselho, foi escalada uma especialista para explicar o desempenho da candidata petista no Datafolha, publicado no sábado. Segundo os participantes do encontro, o resultado reflete o que eles consideram pouca inserção do levantamento nos grotões do país.