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Politica

Patrimônio deputados federais que tentarão se reeleger soma R$ 1,75 bilhão

Partido com candidatos mais ricos é o PMDB

Num universo de deputados federais que tentam a reeleição, o PMDB é o partido que tem os candidatos mais ricos. A soma do patrimônio dos peemedebistas atinge R$ 883 milhões. Mas essa liderança se deve, em grande parte, a Marcelo Almeida (PR), que declarou patrimônio de R$ 698 milhões à Justiça Eleitoral. A presença dele na bancada elevou a média por deputado para R$ 13 milhões. Sem considerar o cacife de Almeida, o valor médio dos bens dos peemedebistas fica em R$ 3 milhões. O Correio analisou as declarações de 317 deputados que tentam a reeleição e constatou um patrimônio total de R$ 1,75 bilhão, com média de R$ 5,6 milhões por candidato.

O segundo partido no ranking é o PP, com R$ 289 milhões registrados e média de R$ 8,5 milhões. O maior destaque no partido é o deputado Vadão Gomes (SP), com bens no valor de R$ 192 milhões. Líder ruralista, ele é proprietário da Fazenda Chácara Aparecida, em Estrela D;Oeste, avaliada em R$ 100 milhões. Esse imóvel não aparece na declaração de 2006, ano em que os seus bens declarados somavam R$ 18,5 milhões. Hoje, ele também declara, como novidade, o frigorífico Frigoestrela (R$ 61,7 milhões) e a Vadão Transportes (R$ 16,9 milhões). Outro milionário do PP é Paulo Maluf (SP), com patrimônio declarado de R$ 39,4 milhões, sendo R$ 23,3 milhões em ações da Pasama Participações.

O PR fica em terceiro na média por deputados (R$ 5,2 milhões). Isso se deve muito aos bens do líder do partido na Câmara, Sandro Mabel (GO), conhecido por ser proprietário da fábrica de biscoitos Mabel. Ele declarou patrimônio de R$ 70,9 milhões, sendo R$ 28 milhões da Sanser Administrações e Empreendimentos e R$ 16,7 milhões da NE Participações e Investimentos. O valor dos seus bens se manteve estável em relação a 2006.

O PSDB aparece em quarto no ranking considerando a média por parlamentar. São R$ 167 milhões declarados para uma média de R$ 3,6 milhões. O mais rico é Alfredo Kaefer (PR), com R$ 95,7 milhões em bens. Só o frigorífico Diplomata está avaliado em R$ 42,5 milhões ; exatamente o valor declarado em 2006. Neste ano, ele também informou ser dono de ações da Sul Financeiras, avaliadas em R$ 37,6 milhões. Há quatro anos, elas valiam R$ 7,4 milhões.

A novidade entre os milionários é o ex-deputado Francisco Escórcio (PMDB-MA), um político muito ligado ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Suplente do PMDB do Maranhão, ele chegou a exercer o mandato nesta legislatura. Na defesa da família Sarney, chegou a ameaçar de agressão física o adversário Sebastião Madeira (PSDB-MA), hoje prefeito de Imperatriz. Chiquinho Escórcio, como é conhecido, tem hoje patrimônio declarado de R$ 26,8 milhões. Cerca de R$ 10 milhões correspondem à empresa Capital Paulista de Construções.

Estados
A bancada do Paraná é a mais rica, mas não apenas pela presença de Marcelo Almeida. Contando com os seus bens, a média por deputado fica em R$ 39 milhões. Sem ele, seria de R$ 8,5 milhões, ainda assim, é a maior do país. Os bens de Alfredo Kaefer também contribuem para a liderança no ranking.

Goiás fica em segundo lugar, com valor total R$ 104 milhões e média de R$ 8 milhões. Estado mais rico do país, São Paulo aparece em terceiro, com média de R$ 5,7 milhões por deputado que tenta a reeleição. Uma surpresa é o Rio Grande do Norte, com média de R$ 8,9 milhões. Isso de deve muito ao deputado João Maia (PR), que declarou bens de R$ 14 milhões, para um total de R$ 31 milhões em toda a bancada.

Os mineiros ficam abaixo da média, com R$ 2,7 milhões por candidato. Os deputados do Rio têm média de apenas R$ 885 mil por deputado. No Rio Grande do Sul, o valor é ainda mais baixo: R$ 760 mil.

Numa análise por região, há algumas surpresas. O Sul fica em primeiro, com média de R$ 15,7 milhões, graças ao patrimônio de Almeida. Em segundo vem o Centro-Oeste, com média de R$ 4,5 milhões. Os deputados mais ;pobres; são os da Região Norte, onde a média fica em R$ 1,1 milhão.

APARTAMENTO DE R$ 1,00
; As declarações de bens dos candidatos trazem fatos pitorescos. No caso do deputado federal Wolney Queiroz (PDT-PE), o curioso é o valor descriminado de três apartamentos: R$ 1,00 cada. O caso motivou a Procuradoria Regional Eleitoral em Pernambuco a pedir a impugnação da candidatura de Queiroz, candidato à reeleição. O parlamentar argumentou que enviou os dados pela internet para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e que, como não recordava os valores de seus bens, colocou cifras simbólicas. O pedetista diz que já enviou os dados corretos ao TRE.

O número
R$ 698 milhões
Valor do patrimônio declarado pelo deputado Marcelo Almeida (PMDB-PR)