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Serra afirma que, caso Dilma vença a disputa em outubro, quem irá governar o país será o PT

Belo Horizonte ; O candidato do PSDB à Presidência da República, o ex-governador de São Paulo José Serra, afirmou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não vai mandar no Brasil a partir de 1; de janeiro de 2011. Com um discurso de contraponto à alta popularidade de Lula, Serra disse que ninguém nunca conseguiu ;terceirizar cargo presidencial;. Em tom de crítica, o ex-governador paulista afirmou que em caso de vitória da candidata petista Dilma Rousseff, quem vai governar o país será, na realidade, o PT. ;O Lula é um homem inteligente, duvido que ele pense que vai continuar mandando. Se ele pensar isso, está enganado. O Lula é mais forte que o PT e a Dilma, mais fraca que o PT. Se ela ganhasse, quem iria ficar por cima seria o PT, com todas aquelas contradições e dificuldades;, criticou.

Mais tarde, em entrevista exclusiva à TV Alterosa, o ex-governador tucano repetiu o discurso e afirmou que ;a administração tem que ser feita por aquele que for eleito;, por isso está certo de que ;a população vai procurar fazer a sua própria avaliação a respeito dos candidatos;. Serra viajou ontem a Belo Horizonte para participar de uma caminhada na região de Venda Nova, com o governador Antonio Anastasia, candidato tucano à reeleição, e com o ex-governador Aécio Neves, candidato ao Senado. Acompanhados de uma claque e de um carro de som, os candidatos percorreram dois quarteirões da Avenida Padre Pedro Pinto, a principal da região, onde cumprimentaram comerciantes e gravaram cenas externas que serão usadas na propaganda eleitoral da TV.

Na entrevista à Alterosa, Serra negou ter pedido a demissão do diretor de jornalismo da TV Cultura, emissora estatal paulista, na última semana. ;Eu nem soube, eu nem sabia quem era o diretor (de jornalismo da TV Cultura). Aí você tem os twitters e os blogs sujos que vão espalhando (isso) na esperança de fazer pauta para a imprensa. Se teve algo que nunca tutelei, foi a TV Cultura. Ao contrário, é o governo federal que tem as suas emissoras usadas de maneira política muito clara;, criticou o ex-governador, referindo-se à Radiobras e à TV Brasil.

Questionado sobre a forma como isto acontecia, Serra respondeu: ;De várias maneiras, o jornalismo é bastante criativo para poder fazer isso, esse jornalismo oficialista. A TV Cultura tem autonomia completa, pode pegar o notícia para ver. É só ir olhar para ver se alguma vez houve alguma espécie de favorecimento;, disse. Serra ficou irritado quando perguntado se o tema pedágio o incomoda. ;Não;, respondeu, fechando a cara.

Dilma
O candidato fez fortes críticas ao fato de Dilma ter retirado a assinatura de seu esboço de programa de governo entregue à Justiça Eleitoral no ato de registro da candidatura. Ao se referir a pontos polêmicos do programa petista, ele afirmou que não tem ;dupla cara;. ;Ainda vamos recolher muitas propostas porque não apresentamos um plano detalhado, mas somente as diretrizes gerais. Não se trata de versão do tipo essa você é aliado do MST e na outra, adversário do MST. Uma você prega a coação da imprensa, na outra, uma imprensa livre. Não temos essa dupla cara, digamos;, alfinetou.

Na primeira visita de campanha a Minas, Serra aproveitou para reafirmar compromissos com os eleitores do segundo maior colégio eleitoral do país, onde estão em jogo mais de 14 milhões de voto. Ele prometeu concluir o metrô de Belo Horizonte, construir um Rodoanel e ampliar a capacidade do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. ;O aeroporto de Confins precisa ser ampliado porque já está congestionado. O metrô que não aumentou um quilômetro no atual governo federal e que precisa ser expandido. E o Rodoanel de BH, até para abrigar a Copa do Mundo de 2014 e servir depois para a população.;