Uma carta na qual o PSDB e seus aliados vão assumir compromissos na área da assistência social será apresentada amanhã (6), em Curitiba, disse nesta segunda-feira o candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra, durante a 42; Feira Internacional de Moda em Calçados e Acessórios (Francal), em São Paulo. Serra não detalhou os compromissos, mas descartou qualquer semelhança com a Carta aos Brasileiros, assinada pelo PT nas eleições presidenciais de Luiz Inácio Lula da Silva.
;É uma grande mobilização na área da assistência social no Brasil. Porque uma coisa é a gente fazer programas sociais para a frente, para melhorar a saúde e a educação, e outra é o atendimento aos desamparados, às crianças pequenas, às pessoas com deficiência, aos idosos e às pessoas que adquiriram uma deficiência ao longo da vida;, disse.
Em entrevista à imprensa antes de visitar a feira, acompanhado pelo candidato tucano ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, Serra mostrou preocupação com o setor calçadista, que vem enfrentando dificuldades com a concorrência externa de países como a China e a Índia. ;É um setor que tem muito futuro no Brasil. Temos que recuperar nosso papel no comércio internacional porque não tem sentido ficar perdendo para a Índia e a China. Podemos abastecer o mundo;, afirmou.
Um dos problemas do setor calçadista, segundo Serra, é o alto custo da matéria-prima para os fabricantes nacionais. ;Vamos aumentar a utilização da matéria-prima, do chamado wet blue [que ele definiu como matéria-prima, o couro bruto, pouco elaborado], aqui dentro do Brasil. Isso significa ter uma política econômica voltada para a produção e para o emprego no setor. E também daremos apoio à mão de obra;, disse. O apoio viria, de acordo com ele, com a criação de escolas técnicas e faculdades de tecnologia e com os arranjos produtivos, estimulando as empresas a fazerem pesquisas.
Perguntado sobre a previsão de gastos de seu partido com a campanha presidencial deste ano, Serra disse que se trata apenas de uma estimativa de gastos. ;Não pode ser levado ao pé da letra. É difícil prever com exatidão;, afirmou. Segundo ele, o partido preferiu fazer uma previsão ;para cima;, porque uma estimativa menor de gastos poderia obrigá-lo a uma revisão, que é sempre mais penosa;.
Serra também comentou o fato de seu vice, o deputado Índio da Costa, ter pedido votos à sua candidatura por meio de uma rede social, o Twitter, apesar de isso ainda estar fora do prazo estipulado pela legislação eleitoral. ;Francamente, não vejo problema nisso;. O candidato do PSDB também ressaltou a experiência eleitoral de Indio da Costa e propôs um debate que envolva os vices dos demais partidos. ;Acho que seria útil ter debate entre candidatos a presidente e entre os vices;.