Jornal Correio Braziliense

Politica

PR chega dividido em convenção estadual

Definição do apoio ao candidato Hélio Costa (PMDB) ou a Antonio Anastasia (PSDB) pode acabar até em troca no comando do partido

A convenção do PR marcada para o domingo tem tudo para se transformar em uma verdadeira batalha, que pode acabar em mais dissidências e até mudanças no comando partidário. A dois dias de decidirem no voto se apoiam a candidatura do ex-ministro Hélio Costa (PMDB) ou a do governador Antonio Augusto Anastasia (PSDB) ao Palácio da Liberdade, os deputados federais da legenda dizem ter condições de derrotar a direção do partido e firmar coligação com os tucanos. O outro lado também garante ter maioria para emplacar uma aliança com os representantes da base aliada ao presidente Lula (PT) em Minas Gerais.

A situação no PR é de indefinição. Uma semana depois de anunciarem que ficariam livres na eleição majoritária e participariam do chapão dos tucanos na disputa pela Câmara dos Deputados, os parlamentares se viram surpreendidos com a posição da Direção Estadual do partido, que recuou. Dias depois, a Executiva aprovou o apoio a Hélio Costa, mas a mudança não foi aceita pelos deputados federais.

Integrantes da bancada federal garantem ter votos para derrubar o posicionamento do presidente do PR, Clésio Andrade ; de apoio ao peemedebista ;, na convenção. Segundo lideranças, a coligação com os tucanos teria apoio de seis parlamentares federais, com voto dobrado, e de um estadual. Na conta deles, isso daria 13 votos favoráveis ao apoio ao PSDB. De acordo com os deputados, Clésio teria o voto de oito convencionais mais o de um deputado federal que vale por dois.

De acordo com um integrante do PR, para os deputados federais só interessaria a coligação com o PMDB se o PT fizesse parte da chapa. Isso diminuiria o número de votos necessário para se eleger e faria com que a bancada continuasse com sete integrantes. O assunto teria sido levado ao presidente do PT, José Eduardo Dutra, para que ele interferisse por uma coligação proporcional, mas, como a convenção do partido foi adiada para quarta-feira, os parlamentares preferem não arriscar. ;Confiar que o PT vai voltar atrás em um momento destes é difícil;, afirma um deputado.

O ideal, para o partido, seria uma coligação com PT e PMDB, mas os parlamentares petistas querem disputar sozinho. O partido entende que, carregando outros na chapa, perderia cadeiras. Como já se viram obrigados a abrir mão da cabeça de chapa em favor de Hélio Costa, por uma articulação nacional em torno da presidenciável Dilma Rousseff (PT), argumentam que não precisam se sacrificar.

Já o presidente do PR, Clésio Andrade, propõe a coligação com o PMDB de Hélio Costa e, segundo fontes do partido, pode até renunciar como dirigente do partido, dependendo do resultado do embate. Procurado pela reportagem, informou por meio de sua assessoria que só falaria no dia da convenção. Ao longo da semana, no entanto, Clésio afirmava ter maioria na votação para conseguir aprovar o apoio ao PMDB.

Homenagem

O pré-candidato ao governo do estado pela coligação PMDB/PT, Hélio Costa (PMDB), vai este sábado a Brasília para a convenção do PRB, para homenagear o vice-presidente José Alencar (PRB). Também confirmou presença na convenção do PCdoB em Belo Horizonte. Apesar de ainda não ter se manifestado publicamente depois que Patrus aceitou ser vice na sua chapa, Costa escreveu no Twitter, na quinta-feira, que ficou muito satisfeito com a decisão do ex-ministro. ;Patrus anunciou agora em Bocaiúva que será vice na nossa chapa. Minha felicidade é imensa! O governo PMDB-PT será fabuloso.; Na sexta-feira, ele escreveu a Patrus: ;Meu amigo Patrus: sua opção pelos mais pobres e pelos que não têm privilégios enobrece nossa chapa. É por eles que nós vamos lutar sempre;.