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Politica

Candidato ao governo de Minas Gerais mantém mistério sobre o vice e critica empate da seleção

O candidato à reeleição ao governo de Minas, Antônio Augusto Anastasia (PSDB), voltou a negar preferências e manteve o mistério sobre a definição de seu vice na tarde desta sexta, em Belo Horizonte. A agenda política da tarde começou com uma participação no Programa TV Verdade, da TV Alterosa, onde ele respondeu perguntas de internautas e do povo nas ruas, criticou o governo federal, o futebol da seleção brasileira e até ensaiou um chute a gol dentro do estúdio.

"O vice não é escolha pessoal minha. Não cabe à minha pessoa escolher escolher se é A, B ou C. Todos os nomes colocados até agora são de altíssima qualificação, mas será o fruto de entendimento dos diversos partidos políticos que estão nos apoiando. Não está escolhido, se estivesse, já teríamos anunciado".

Anastasia falou ainda que está otimista quanto à aprovação do Projeto de Lei 4.689/10, que reajusta o salário dos professores estaduais. Questionado sobre um possível veto no caso de serem aprovadas todas as emendas da oposição, ele afirmou que é um caso a avaliar."É um impacto estimado de cerca de R$ 1,3 bilhão. Não há possibilidade de assumir mais encargos financeiros do que estes. Então vamos ter que ver o que será o resultado. Acredito que a Assembléia vai chegar a um ponto de equilíbrio". Como a proposição cria despesas para o próximo ano, ela precisa ser transformada em lei até seis meses antes de 1; de janeiro de 2011, por causa dos prazos da Lei Eleitoral e da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Campanha
Para o candidato, a entrada de Patrus Ananias (PT) na chapa de Hélio Costa não foi surpresa. Assim, a estratégia para diminuir a diferença com o oponente é formar uma aliança forte e apostar na força das ruas e da televisão. "Eu não poderei me preocupar com o lado adversário. Tenho que me preocupar com o meu lado. Organizar as nossas forças, fazer um grande arco político de aliança política que já está acontecendo com a adesão de partidos importantes que poderiam não estar conosco (como o PR e o PDT). E isso já resulta na melhoria das pesquisas", disse.

Perfil
Anastasia também negou a existência de uma dicotomia entre um perfil técnico e político na sua trajetória pessoal. "Acho que essa é uma distinção sempre um pouco artificial. Sempre tive uma atividade muito grande no meio político, durante quase 30 anos trabalhando no estado, inclusive na própria Assembléia. Então, acredito que essa sensibilidade existe. Fico até satisfeito de considerarem que tenho conhecimento técnico para administrar o estado", afirmou.

Futebol e Copa
"Eu acho que a seleção - Deus queira que vá adiante, eu sou o primeiro torcedor - mas ela tem de melhorar. Vamos torcer", disse o tucano sobre o empate entre Brasil e Portugal no jogo da manhã desta sexta. Questionado sobre se apoia o trabalho do Dunga - pergunta feita aos telespecadores do programa - ele disse que "cada brasileiro tem uma seleção na sua cabeça. "Eu teria escolhido aqueles meninos do Santos (Neimar e Paulo Henrique Ganso). Pelo menos os dois. Eu acho que daria mais emoção. Ele é o técnico, mas hoje o jogo foi uma tragédia", disse. "Está faltando lá, talvez, é a força alvinegra", brincou.

Para o candidato, o Brasil precisa aproveitar a oportunidade da Copa de 2014, o que não significa que outras áreas serão esquecidas caso ele seja reeleito. Segundo ele, a reforma do Mineirão objetiva torná-lo um negócio rentável e não um lugar ocioso como é hoje. "O negócio é o pós-copa porque vamos mostrar Minas e BH para o mundo inteiro e vamos ter grandes empresas que podem vir pra cá e muito turismo".

Transporte
Educação, saúde, transporte e sistema carcerário também foram tema de algumas das perguntas encaminhadas por telescpectadores e internautas para o candidato do PSDB ao governo de Minas durante sua participação no TV Verdade. Durante as respostas, Anastasia elencou as melhorias conseguidas, frisou a continuidade das políticas de sucesso do governo de Aécio e criticou a falta de vontade política do governo federal para que as rotas do metrô sejam ampliadas em Belo Horizonte.

"O metrô é uma empresa federal, é uma empresa deficitária, não dá lucro, dá déficit. Então, quando há necessidade de investimento, todo mundo tem um um pé atrás. O que falta no metrô, falando cara a cara, chama-se vontade política do dono do metrô. Há o compromisso de fazer no chamado PAC 2, no futuro. Quem determina essa data é o governo federal, não é o estado. Cabe a mim e ao prefeito Márcio Lacerda exigir e determinar que é impossível ficar em Belo Horizonte sem o metrô. É o mesmo caso da BR-381. Você viu hoje, mais oito mortos. (Leia aqui a notícia) É uma rodovia federal. Nós restauramos as rodovias estaduais todas e o governo não consegue asfaltar uma rodovia duplicada daqui a Governador Valadares. E é essa carnificina".

Ficha Limpa

Anastasia também disse durante o programa que o projeto Ficha Limpa deveria ter chegado antes. "É o projeto que depura o Brasil. A política é o local das pessoas corretas. Minas Gerais foi o estado que mais apresentou assinaturas no projeto, mais que São Paulo. É um movimento que veio para ficar", completou.