A investigação sobre funcionários fantasmas no gabinete do senador Efraim Morais (DEM-PB) gerou um efeito torre de babel no Senado. Misturando procedimentos relacionados com a apuração de quebra de decoro e ética com a apuração de indícios criminais, o corregedor Romeu Tuma (PTB-SP), o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), e a Polícia do Senado não se entendem sobre o próximo passo a ser dado.
Depois de a Secretaria de Comunicação do Senado informar que Sarney dará a última palavra sobre o encaminhamento do inquérito ao Supremo Tribunal Federal, o próprio presidente afirmou ontem que cabe ao STF decidir se a investigação deve prosseguir. ;Se for constatado algum crime, a competência para julgar crime é do Supremo Tribunal Federal. Nós não temos nada que aprovar, a decisão de continuar o inquérito é do Supremo;, disse Sarney.
O corregedor da Casa afirmou que, se o inquérito for encaminhado para o Supremo, ;há indicativo que tem que apurar alguma coisa no comportamento do senador; e, se for à Justiça comum, é porque o processo se restringe aos funcionários do gabinete de Efraim. ;Ela (a Polícia do Senado) pode e deve enviar direto se houver suspeita de responsabilidade. Tem que até paralisar o inquérito. Não pode dar continuidade se houver dúvida sobre indício de criminalização contra o senador;, afirmou Tuma.
Efraim se recusa a comentar o caso. Ele passou rapidamente pelo plenário da Casa ontem e disse que falará sobre o escândalo na segunda-feira. ;A investigação está sendo concluída, não tem nada contra mim, eu vou falar o quê? Quando concluir eu falo. O inquérito será concluído segunda.; (JJ)