A candidata oficial do PV à Presidência da República, Marina Silva, acredita que o eleitorado jovem pode retirá-la do terceiro lugar nas pesquisas de intenções de voto. Em sabatina realizada na manhã desta quarta-feira (16/6) pelo jornal Folha de S.Paulo e pelo portal UOL, Marina se diz animada com seus 12% das intenções de voto, segundo pesquisa do Datafolha, e com a força dos jovens, que, segundo ela, é o "maior capital político".
"São 16 milhões de pessoas (com intenção de votar na candidata) e são pessoas que não estão aliadas a máquinas partidárias que se sentem donas de tudo. O que me anima é esse sangue novo que está ali, crescendo. Esses dias eu fui para Itu (interior de São Paulo) e encontrei um grande número de jovens interessados pela política, fazendo perguntas inteligentes. Eu pensei que esse é o maior capital político, que me faz ficar animada", disse.
Marina ainda contou que um menino de 11 anos foi o primeiro doador de sua campanha. Ela disse que encontrou o garoto no aeroporto e ele disse que não sabia muito bem o que ela poderia fazer com R$ 25 na campanha, mas que queria doar.
Mulheres no poder
Ressaltando qualidades femininas, Marina acredita que é o momento de o país ter uma mulher na presidência da República. "Por que até hoje ainda não elegemos uma mulher no Brasil se elas são mais da metade da população? As mulheres são mais inclusivas, têm mais capacidade de negociação, tendem muito mais ao consenso do que à disputa."
Adversários
Sobre seus principais oponentes políticos, Marina disse que Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PMDB) são candidatos parecidos, pois, segundo ela, têm a mesma visão desenvolvimentista. Marina reconheceu que teve divergências no passado com a candidata do PT. "Não quero me fazer de vítima. Divergimos em muita coisa e quem decidia era o presidente Lula", afirmou. Para a candidata do PV, Lula não precisa de um "continuador", mas de um "sucessor que aponte novas direções".
Saída do PT
Sobre sua saída do PT, Marina explicou que o partido "não foi capaz de entender a questão ambiental". Segundo ela, se o PT estivesse disposto a compreender o assunto e se atualizar, continuaria no partido e não se candidataria à presidência: "Eu seria cabo eleitoral, como sempre fui, do presidente Lula".
Marina respondeu a diversas perguntas de jornalistas e internautas durante cerca de 2h20. Amanhã, a candidata do PV partcipará de um debate na Universidade de Brasília (UnB), convidada pelo grupo Brasil e Desenvolvimento.
O próximo sabatinado pela Folha de S. Paulo será o candidato do PSDB, José Serra, que participará do evento às 11h desta quinta-feira (17/6).