A oposição, comandada por lideranças do PSDB, partiu nesta quarta-feira (9/6) para o ataque contra as denúncias de elaboração de dossiês na campanha pré-eleitoral, além de pagamento de consultores norte americanos e encontros com ex-agentes de serviços de inteligência. Os oposicionistas também pediram fiscalização de contratos do governo com empresas privadas. O líder do governo na Câmara, deputado Cândito Vaccarezza (PT-SP), reagiu à ofensiva da oposição e disse que o debate eleitoral deve ser feito em cima de projetos e propostas para o Brasil. ;Nosso foco é o crescimento do país, com geração de emprego e renda;, afirmou ele.
A primeira frente de atuação foi a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara , onde a oposição aprovou requerimento do deputado Vanderlei Macris (PSDB-RJ) convocando o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage, para prestar informações a respeito das investigações sobre contratos do governo federal com a empresa Dialog Comunicação e Eventos.
A oposição, segundo o seu líder na Câmara, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), também aprovou outros requerimentos na CFFC, convidando os dois consultores norte americanos da área de internet e redes sociais para darem explicações sobre contratos para prestação de serviços na pré-campanha petista. ;Queremos saber que tipo de prestação de serviços eles firmaram? Com quem? E quem pagou a conta?;, disse o líder da oposição.
A oposição também aprovou hoje, na Comissão Mista de Controle e Fiscalização de Atividades de Inteligência do Congresso Nacional, requerimentos de convites ao ex-delegado da Polícia Federal Onésimo Sousa e e ao sargento da reserva Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, para que esclareçam a reunião ocorrida em abril entre eles e o jornalista Luiz Lanzeta. Os requerimentos foram apresentados pelo deputado Gustavo Fruet.
O líder da minoria disse que o objetivo é que eles confirmem ou não as declarações deles ou as notícias que foram publicadas a respeito da reunião com o jornalista. Fruet informou que também é objetivo da oposição saber como funciona o papel de ex-membros da área de inteligência na prestação de serviços. A audiência está prevista para a próxima quarta-feira (16).
;Para nós, é importante saber qual é o limite deles (ex-agentes) atuarem em trabalhos privados, tendo tido uma relação com o governo e, nesse caso, tentar estabelecer um freio sob pena de balizar a campanha, como se fosse normal no Brasil a troca de acusações e a elaboração de dossiês;, explicou o líder da oposição.
Outra medida adotada pela oposição foi a entrada hoje no Tribunal de Contas da União de pedido de auditoria nas contas e contratos da empresa Dialog e Gráficas do Brasil com o governo federal.
Fruet disse que essas medidas visam também a pôr um freio nos abusos e ;mostrar que está havendo um monitoramento e que todos estarão, a partir de agora, seja governo ou oposição, na linha do pênalti em relação a essas práticas.;
Vaccarezza afirmou, por sua vez, que não tem ninguém do PT ou da pré-campanha de Dilma Rousseff à Presidente da República envolvido nesses suposto dossiê ou levantamento de dado. Em relação à fiscalização sobre contratos com empresas, o líder do governo afirmou que o empresário citado nas reportagens não faz parte da campanha de Dilma e que o jornalista Luiz Lanzeta também não integra a campanha. A empresa dele é que foi contratada para recrutar profissionais para a campanha.;