Jornal Correio Braziliense

Politica

Marina fala em 'refinamento' de ações sociais

Presidenciável do PV evita criticar programas do atual governo, mas diz que é preciso aprimorar políticas de assistência existentes


A senadora Marina Silva, pré-candidata do PV à Presidência, apontou ontem as diretrizes da política social que defenderá em seu programa de governo. E, a exemplo do pré-candidato tucano ao Palácio do Planalto, José Serra, não criticou o Bolsa Família, um dos principais legados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a campanha da presidenciável petista Dilma Rousseff. ;Não há um rompimento com a atual política social. Nós precisamos fazer uma transição dos atuais programas para aquilo que chamamos de programa social de terceira geração;, disse Marina, ontem, em São Paulo.

A proposta do PV tem como objetivo central aumentar a integração entre as diferentes ações sociais dos governos municipais, estaduais e federal ; todos teriam como referência um cadastro único das famílias atendidas. Assim, defende a parlamentar, não haveria a necessidade de criação de novas iniciativas. O documento aponta ainda a necessidade de maior acesso dos beneficiários a programas de geração de emprego e de renda, além de qualificação de mão de obra. ;O Brasil hoje desperdiça capital humano ao não fazer a inclusão produtiva desses milhões de beneficiários;, afirmou o empresário Guilherme Leal, vice na chapa de Marina.

Coordenador da política social da pré-candidata verde, o economista Ricardo Paes de Barros defendeu também a figura de um ;agente de desenvolvimento da família;, responsável por identificar as principais necessidades dos beneficiários e acompanhar de perto as mudanças promovidas no núcleo familiar com os programas oficiais. Embora reconheça que a proposta já é implementada no atual governo, por meio de ações do Ministério do Desenvolvimento Social, o economista ressaltou que a ideia precisa ser aprimorada. Tais agentes, segundo Barros, já fazem parte do atual quadro de servidores públicos, havendo apenas a necessidade de capacitá-los para exercer a tarefa.

Dilma
A pré-candidata à Presidência da República Dilma Rousseff (PT) volta a ter o palanque aberto por entidades sindicais nesta sexta-feira. Depois de discursar em duas centrais durante o Dia do Trabalhador, a petista falará para a 2; Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros (FUP), entidade que reúne profissionais do setor de petróleo e derivados e defende a volta do monopólio da Petrobras. O presidente-geral da FUP, João Antônio de Moraes, antecipou apoio da categoria à pré-candidata. A entidade teria escolhido a petista por medo de que José Serra (PSDB) privatize a Petrobras. A assessoria do tucano classificou a afirmativa como ;terrorismo eleitoral;.

Os palanques sindicais declarados a Dilma têm gerado controvérsias. Na terça-feira, durante assembleia da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), em São Paulo, cinco centrais sindicais pregaram a continuidade do governo Lula e alertaram para um ;retrocesso; caso Serra seja eleito.