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Politica

Simon pede a jovens que cobrem punição de políticos corruptos

"É importante que vocês, jovens, participem do processo político do país", recomendou o senador Pedro Simon (PMDB-RS) a cerca de 90 alunos da Escola Comunitária de Campinas (SP), que visitaram o Senado nesta quinta-feira (27).

O senador disse que a sociedade pode contribuir para mudar a forma de fazer política no país, tradicionalmente, segundo ele, marcada pela impunidade dos corruptos. Ele pediu aos estudantes que se informem sobre os temas relevantes para o país, bem como discutam e exijam das autoridades a punição de criminosos.

"O mal do Brasil se chama impunidade. O Brasil não é mais corrupto do que outros países, mas é o país da impunidade", disse o senador.

Simon ressaltou que a sociedade já começa a cobrar dos políticos responsabilidade na gestão dos recursos públicos. Ele contou, como exemplo, que o então governador do Distrito Federal José Roberto Arruda foi preso e teve o mandato cassado em razão da pressão popular. Arruda foi acusado de suposto envolvimento em esquema de corrupção dentro do governo do Distrito Federal.

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Não foi a primeira vez [que aconteceram atos corruptos na administração pública]. Antes já houve coisas piores. Mas, desta vez, houve um fato novo: o povo foi para as ruas, acamparam na Câmara Legislativa e no Supremo Tribunal Federal exigindo posições das autoridades", destacou Simon.

O senador também atribuiu a rápida aprovação do projeto Ficha Limpa pelo Senado à pressão de diversos movimentos sociais - como o dos estudantes, de o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral e a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Simon lembrou que a proposta (PLC 58/10 - Complementar) foi apresentada pela sociedade com 1,6 milhões de assinaturas. Durante o trâmite por quase uma década na Câmara dos Deputados, informou o senador, a proposta recebeu mais dois milhões de assinaturas. No Senado, acordo com as lideranças possibilitou aprovar a proposta e encaminhar à presidência da República no mesmo dia.

A intenção, explicou o senador aos estudantes, é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancione a lei até o próximo dia 5, para que já regule as eleições deste ano. Na avaliação de Simon, o projeto não está perfeito, mas foi o melhor possível neste momento. Ele disse que, após entrar em vigência, a lei será aprimorada.