O governador Antonio Anastasia (PSDB) pôs o pé na estrada em busca de apoio ; esteve em viagem pelo interior, desde domingo até a terça-feira ;, mas a sua expectativa para alavancar sua campanha à reeleição é depositada no ex-governador Aécio Neves, que retorna nesta quarta-feira a Belo Horizonte e retoma as conversas políticas. Nesta quarta-feira mesmo, os dois devem se encontrar. Sexta-feira, Aécio e Anastasia vão a Ipatinga (Vale do Aço), onde participam de atividade de campanha do vereador Robson Gomes (PPS), candidato a prefeito na eleição extemporânea, marcada para domingo.
A importância do ex-governador na sucessão em Minas foi destacada, na terça-feira, em Montes Claros, pelo próprio Anastasia. ;Claro que a presença do (ex) governador Aécio (Neves) é fundamerntal. Ele é o nosso grande líder político. É o fiador do que fizemos em Minas ao longo dos últimos sete anos;, disse Anastasia. E emendou: ;No momento certo, pelos meios certos, o (ex) governador Aécio vai apresentar, naturalmente, a sua posição política no estado;.
A primeira aparição pública de Aécio deverá ocorrer esta quarta-feira à noite, na abertura da 14; Conferência Nacional dos Legisladores (Unale), quando deverá se encontrar com Anastasia. Na terça-feira, o atual governador disse que nos próximos dias terá várias ;agendas políticas; com Aécio, que é pré-candidato ao Senado e sofre pressões para ser candidato a vice de José Serra, pré-candidato tucano à Presidência da República. Além da viagem a Ipatinga, o atual e o ex-governador já têm marcado um outro compromisso juntos. Vão acompanhar José Serra em Montes Claros no dia 7.
Anastasia avaliou que o momento atual é de pré-campanha, dedicado a conversas com líderes regionais, e que o contato maior com os eleitores só vai ocorrer depois da Copa do Mundo na África do Sul. ;O momento é dos entendimentos políticos, de conversas com os partidos, com os parlamentares e com os prefeitos. Porque as pessoas, os cidadãos, nem com a Copa do Mundo estão preocupados, quanto mais com a eleição, que está mais longe. Então, vamos (esperar) passar a Copa do Mundo primeiro;, afirmou.
Anastasia disse que, ao longo da campanha, espera tornar-se mais conhecido e crescer nas pesquisas. ;Hoje, o que se reflete nas pesquisas é o conhecimento antigo de outros candidatos e um desconhecimento em relação a mim, que nunca fui candidato a cargo majoritário. Então, esse desconhecimento vai diminuindo no curso da campanha. Em várias outras campanhas, tivemos esse mesmo fenômeno, exatamente a mesma coisa, dentro e fora do estado;, disse em comparação indireta entre ele e o peemedebista Hélio Costa.
Rusgas locais
O governador iniciou sua peregrinação pelo interior, domingo, em Patos de Minas (Alto Parnaíba). Segunda-feira, visitou Patrocínio e, no mesmo dia, visitou a pequena Patis (Norte de Minas). Pernoitou em Montes Claros, onde, na terça-feira pela manhã, deu entrevistas para rádios e visitou o arcebispo dom José Alberto Moura. O governador participou de um almoço, organizado por entidades de classe numa chácara, de propriedade do empresário Jamil Cury, onde verificou o clima que viverá em sua campanha em lugares onde têm apoio de diferentes facções. Assistiu a uma situação constrangedora, motivada pelas rusgas políticas.
Primeiro, houve um entrevero entre o deputado federal Jairo Ataíde e o presidente da Associação dos Municípios da Área Mineira Sudene (Amams), Valmir Morais de Sá. Ao usar a palavra, Ataíde acusou Morais de esvaziar a Amams e de favorecer alguns deputados da região em detrimento de outros parlamentares. A acusação desagradou a Morais, que teve uma discussão com o parlamentar.
Depois, o ex-prefeito Athos Avelino (PPS) pediu a palavra. Elogiou Anastasia e atacou a atual administração municipal de Montes Claros. "Minas não pode voltar ao passado. Não pode acontecer em Minas o retrocesso que aconteceu com a administração pública de Montes Claros", afirmou. A vice-prefeita Cristina Pereira (PP) estava no local, mas não fez o uso da palavra. Ontem à tarde, a reportagem não conseguiu contato com o prefeito Luiz Tadeu Leite (PMDB), que estava viajando.