Os critérios oficiais para definir entre o ex-prefeito Fernando Pimentel (PT) e o ex-ministro Hélio Costa (PMDB) o nome que disputará em chapa única o governo de Minas Gerais nas eleições de outubro serão definidos nesta terça-feira em uma reunião com os partidos aliados. Além de petistas e peemedebistas, participam do encontro integrantes do PCdoB, PR e PRB. Na segunda-feira, Costa e Pimentel conversaram em um café da manhã e as duas equipes de coordenação de campanha se reuniram para tratar do assunto.
Depois de fechado o acordo por uma candidatura única da base aliada, as cúpulas nacionais do PT e do PMDB acertaram que as legendas decidiriam juntas o caminho para chegar ao nome de consenso. A disposição para as conversas veio depois de muita briga e, apesar de antes mesmo do resultado das prévias petistas, circula nos bastidores a informação de que a decisão por Hélio Costa para liderar o palanque da presidenciável Dilma Rousseff em Minas já estaria tomada.
Mal fecharam um acordo para lançar candidatura única ao governo e petistas e peemedebistas voltaram a dar os primeiros sinais de tensão. No sábado, a ausência do ex-prefeito Fernando Pimentel naquele que seria o primeiro encontro das caravanas com o ex-ministro Hélio Costa mostrou que o namoro político não vai tão bem quanto tentam fazer parecer. Na segunda-feira foi o dia de discutir a relação. Lideranças do PT reclamaram o fato de parte do PMDB agir como se a candidatura de Costa fosse irreversível. Os petistas pedem critérios que deem chances aos dois candidatos de serem escolhidos ao fim do processo.
O presidente do PT, deputado federal Reginaldo Lopes, já tem pronta a lista de pedidos para constarem dos critérios oficiais. De acordo com ele, o partido defende a consulta aos partidos aliados e aos prefeitos dos partidos da base do governo Lula. O petista também quer que sejam consideradas as pesquisas qualitativas e quantitativas e a análise do processo eleitoral. Para Lopes, o perfil do candidato muda dependendo do número de concorrentes, pois deve ser considerado se o pleito for de um ou dois turnos. ;Se for uma eleição de dois turnos isso requer alguém com mais fôlego e com perfil para aglutinar mais aliados;, disse.
Apesar de Hélio Costa estar à frente nas últimas pesquisas, o presidente do PT considera que Pimentel ainda tem chances de ser o candidato. De acordo com ele, se Hélio Costa e Pimentel forem avaliados separadamente, os dois estariam empatados tecnicamente em relação à diferença de votos com Anastasia. ;Sem os três na mesma pesquisa o que tem é empate técnico na minha avaliação. O que um tem em relação ao Anastasia o outro também tem;, disse Reginaldo Lopes.
Reginaldo Lopes minimizou a ausência de Pimentel no primeiro encontro dos dois partidos com a militância, que ocorreu só com Hélio Costa em Juiz de Fora. ;Tem que ter paciência com a noiva. Pimentel não foi porque estava em Brasília fazendo ajustes na campanha da Dilma. E foi tomar um café hoje (ontem) para mostrar que a relação não se abalou;, afirmou. Já o presidente do PMDB, deputado federal Antônio Andrade, disse ainda estar estudando os critérios para chegar ao candidato único e demonstrou desconforto com o tema. ;Espero que decida tudo, porque todo dia é a mesma conversa;, afirmou, se referindo à reunião desta terça-feira.