O tom político deu a tônica dos discursos do presidente Lula e do governador Eduardo Campos, na cerimônia de lançamento do primeiro navio do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Suape. Sem citar nomes, foram várias as referências aos deslizes cometidos nos governos passados, tanto na esfera federal quanto na estadual.
Diante da presidenciável Dilma Rousseff, que estava presente mas não discursou no evento, Lula sugeriu aos trabalhadores que fizessem a opção, nas urnas, pela continuidade do desenvolvimento do país. "Se a gente deixar esse país regridir, sabemos que para fazer é difícil, mas para derrubar é fácil", afirmou, numa referência ao plano de governo da oposição, que tem como candidato à Presidência o ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB).
"Antes, a notícia que vocês ouviam era que os homens do FMI desembarcaram em Congonhas para falar com o ministro da Fazenda, que se tremia todo. Hoje a notícia que vocês vão ouvir é que Lula mandou seus assessores ao FMI para ver se eles estão aplicando corretamente o dinheiro emprestado pelo Brasil", completou Lula.
O governador Eduardo Campos (PSB) também incorporou o espírito da campanha eleitoral. Em seu discurso, o socialista aproveitou para alfinetar o governo passado, com críticas ao senador e ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), que anunciou, ontem, sua pré-candidatura ao governo estadual.
Eduardo citou exemplos negativos do governo passado, comparando às ações da atual gestão. "Estamos duplicando nossas BRs sem que, para isso, precisemos vender qualquer patrimônio público. O estado chegou num tempo de fechar escolas técnicas e, hoje, esstamos abrindo escolas. O desemprego era de 15,6%. Hoje, o dado mais recente do IBGE diz que Pernambuco tem uma taxa de desemprego menor que a de São Paulo", enumerou.
Após o discurso de Lula, as autoridades seguiram para o dique seco, para o lançamento do primeiro navio fabricado no EAS. A madrinha do navio João Cândido, Josenilda da Silva, funcionária do estaleiro, foi a responsável pelos dizeres do batismo.