Os pré-candidatos à Presidência da República, a ex-ministra Dilma Rousseff (PT), o ex-governador José Serra (PSDB) e a senadora licenciada Marina Silva (PV), participaram nesta quinta (6) do 27; Congresso Mineiro dos Municípios, no Expominas, em Belo Horizonte, e aproveitaram o encontro para promover um debate eleitoral.
Essa foi a primeira vez que os três se encontraram frente a frente como pré-candidatos. Eles falaram a uma plateia de 600 prefeitos dos municípios mineiros - público mais que qualificado na corrida dos pré-candidatos para angariar apoio e palanques no estado que é o segundo maior colégio eleitoral do país.
Perguntas e respostas
Os pré-candidatos falaram em ordem decidida em sorteio. A primeira a falar foi Dilma Rousseff, seguida de Marina Silva e José Serra. O primeiro debate como candidatos oficiais deve ocorrer no dia 5 de agosto.
Um dos pontos levantados pelos participantes foi a reforma tributária onde Dilma destacou programas e números do atual governo Lula e ressaltou a importância do PAC, que segundo ela, contou com uma parceria entre governo e municípios. A ex-ministra foi aclamada pelo público na sua última fala, quando defendeu a escola de nível médio profissionalizante.
Rouca, alegando uma inflamação na garganta, Marina Silva, aproveitou o debate para apontar questões de meio ambiente. Marina também criticou as verbas da defesa civil que, segundo ela, foram destinados à "base de um ministro", fazendo referência à polêmica dos recursos captados pela Bahia. Questionada sobre o projeto de lei referente aos royalties, a pré-candidata do PV, lembrou a importância de substituir o uso do petróleo. Para a ex-senadora, as riquezas geradas pela extração devem ser "fortemente investidas em educação", sendo ovacionada pelo público presente ao evento. Ela lembrou que 18% dos jovens brasileiros ainda são analfabetos. "Estamos à beira de um apagão de recursos humanos", disse a pré-candidata.
Já o pré-candidato José Serra defendeu que os royalties sejam usados para fins de investimento nas cidades e estendidos também aos minérios, e não só ao petróleo. O ex-governador de São Paulo apoiou a parceria com municípios e defendeu a reforma tributária. "Pode parecer uma heresia, mas eu vou querer o PV e o PT no meu governo", disse José Serra, propondo uma união de esforços na política. Serra começou suas considerações finais elogiando Marina Silva e fazendo um "reconhecimento" à Dilma e Lula que não "discriminaram São Paulo", durante o seu mandato. Ele também aproveitou para criticar o governo afirmando que o investimento governamental do Brasil é um dos mais baixos do mundo.
Videochat
Durante o debate, os pré-candidatos responderam a perguntas sobre a concentração ou a maior descentralização de verbas nos repasses pelo governo federal às prefeituras. Alguns questionamentos foram feitos por internautas que acompanharam o Congresso pela internet e participaram do videochat organizado pelo Portal Uai e Correiobraziliense.com.br enviando perguntas.
Protesto
Professores da rede estadual de ensino que estão em greve já quase um mês realizaram uma manifestação durante o Congresso. Alguns chegaram a confrontar pessoas que apoiavam o pré-candidato do PSDB, José Serra.
No 27; Congresso Mineiro dos Municípios, os presidenciáveis receberam da Associação Mineira dos Municípios (AMM), um documento e um manifesto com todas as demandas das prefeituras no estado. Intitulado ;Movimento Mineiro Contra a Falência dos Municípios;, o manifesto protesta, principalmente, contra o pacto federativo e o atual repasse às cidades de apenas 17% de toda a arrecadação tributária no país.