Em entrevista a uma rádio de São Paulo, o candidato tucano à Presidência da República, José Serra, buscou criar um vínculo entre uma situação ocorrida em São Paulo em meados da década de 1990 com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Dilma Rousseff, pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto. Ao citar como exemplo a eleição de Celso Pitta em 1996, morto no ano passado, para prefeito de São Paulo, com o engajamento de Paulo Maluf na campanha, Serra disse: ;Não necessariamente o sucessor replica o antecessor, mesmo se tiver sido apoiado por ele. Pode acontecer e pode não acontecer.;
;Maluf estava bem avaliado e bancou Pitta. Pitta foi diferente de Maluf. Foi outra coisa;, completou. Durante a entrevista, Serra manteve a postura de criticar o presidente Lula, mas agiu exatamente como em Salvador na quarta-feira: apontou as deficiências do país em infraestrutura, prevenção de tragédias, tributos e a falta de segurança. ;Nos últimos 25 anos, o Brasil avançou. Lula também colocou muita coisa por diante. Sou de acordo com ele de que devemos dar os créditos a quem fez. E podemos fazer mais.;
Para Serra, a abordagem do passado durante a campanha presidencial deve ficar restrita ao currículo de cada candidato ao Palácio do Planalto. ;Não procurei me descolar de Fernando Henrique Cardoso. Fui ministro da Saúde convidado por ele. Eu posso discutir o que eu fiz;, comentou. ;Lula não é candidato, assim como não são os ex-presidentes (Fernando) Collor (atual senador pelo PTB de Alagoas), (José) Sarney (atual presidente do Congresso), Itamar Franco e Fernando Henrique. Discutir quem não é candidato não faz muito sentido;, emendou.
Viagem a Minas
Depois de passar pela capital baiana na última quarta-feira, Serra se prepara agora para ir até Belo Horizonte, na próxima segunda-feira. Haverá um ato político com a participação do ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB), possível candidato ao Senado nas próximas eleições. A expectativa é de que 300 pessoas participem do evento.
O evento vai marcar ainda a entrega a Serra de um plano de ação com foco em Minas. A ideia é que o documento, em fase final de elaboração, integre o programa de governo do presidenciável. Entre os pedidos dos mineiros estão obras viárias e a revitalização do Rio São Francisco, que nasce na Serra da Canastra.
INVESTIGAÇÕES ABERTA NO TSE
; O ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Joelson Dias, acatou pedido do PSDB para investigar a pesquisa Sensus divulgada na terça-feira que mostra empate técnico entre o tucano José Serra e a petista Dilma Rousseff. O pedido foi fundamentado sobre a polêmica em torno do financiamento do levantamento. Primeiro o instituto informou ter sido contratado pelo Sindicato de Trabalhadores em Concessionárias de Rodovias (Sindecrep). A entidade negou e o Sensus corrigiu a informação alegando que o contratante era o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Pesada de São Paulo (Sintrapa). Outra reclamação está centrada no prazo de divulgação do levantamento.