Incerto quanto ao futuro ao lado da candidata do PT, Dilma Rousseff, o PP começa a olhar a perspectiva de fechar com o tucano José Serra, caso seja do interesse do PSDB, ou ficar fora da sucessão presidencial, sem firmar aliança com nenhum candidato. Nos bastidores, os deputados do partido não descartam até mesmo fazer de seu presidente, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), o nome da chapa tucana para vice de Serra, caso o PSDB desista da chapa puro-sangue ensaiada no início de fevereiro com o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves ou mesmo o senador Tasso Jereissati (CE). Para que isso ocorra, dizem os pepistas, basta Aécio pedir.
Os pepistas têm considerado em suas reuniões mais reservadas, segundo contam seus deputados, que a divisão interna de poder na aliança petista será desequilibrada em favor do PMDB, o maior partido da base. E, para completar, não há qualquer garantia de que o partido continuará a comandar o Ministério das Cidades num hipotético governo Dilma, já que essa área pertencia ao PT no início da gestão de Lula, quando o ministro era o ex-governador do Rio Grande do Sul Olívio Dutra.
Os cálculos feitos nessas reuniões, afirmam os deputados, indicam que o único estado em que o PP está hoje muito bem acomodado junto aos petistas é na Bahia. Lá, o ex-líder da bancada Mário Negromonte fechou com Jaques Wagner. Com isso, o PP terá o vice na chapa, Otto Alencar. Os demais estão distantes.
No Rio Grande do Sul, o partido está mais próximo da governadora Yeda Crusius (PSDB), candidata à reeleição, que tem uma das vagas ao Senado para oferecer à jornalista Ana Amélia Lemos, o nome do PP para a negociação de alianças. O PSB, no entanto, está numa batalha para tentar levar a jornalista para o palanque do deputado Beto Albuquerque, pré-candidato ao governo estadual.
Nordeste
Em Santa Catarina, o palanque de Dilma é hoje o da senadora Ideli Salvatti e o da deputada Ângela Amin (PP), pré-candidata do PP ao governo estadual, ainda está em aberto, sem saber para que lado seguir. No Nordeste, onde o PT acredita estar tudo fechado em favor de Dilma, o PP segue com José Serra tanto na Paraíba, quanto em Alagoas, onde o deputado Benedito de Lira está prestes a firmar um acordo com os tucanos para ser um dos candidatos ao Senado na chapa do governador Teotônio Vilela (PSDB). Na maioria dos estados, o partido está indefinido, como Piauí e Amazonas.
Da parte de Dornelles, no entanto, a ordem é dar tempo ao tempo e avaliar o quadro no final de maio. ;Estou consultando os estados. Teremos uma avaliação na hora certa;, diz ele. Quanto ao fato de ocupar o cargo de vice de José Serra, a resposta de Dornelles mostra que, embora faça política no Rio de Janeiro, ele é mais mineiro do que seu primo Aécio Neves: ;Não há política sem lendas e sem histórias. E quando adquirem força própria, não adianta nem confirmar, nem desmentir;.
Marco Aurélio de volta ao TSE
; O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi eleito ontem para exercer dois anos de mandato como membro titular do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele assumirá a vaga a ser deixada daqui a duas semanas por Carlos Ayres Britto, atual presidente da Corte. Marco Aurélio assumirá a função no dia 22, mesma data em que Ricardo Lewandowski toma posse na Presidência do TSE. Marco Aurélio, que exercia desde o ano passado uma vaga de ministro substituto do TSE, foi conduzido a uma cadeira titular pelo critério de antiguidade, uma vez que há um rodízio para o preenchimento dos cargos. O TSE não tem ministros fixos. É composto por sete juízes, sendo três do STF, dois do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dois advogados. Todos têm mandato de dois anos, com a possibilidade de renovação por igual período.