Jornal Correio Braziliense

Politica

Repasse de verba para ONGs pode ter caráter eleitoral, diz deputado

O deputado Marcelo Serafim (PSB-AM), que propôs o debate sobre repasses da área da saúde para organizações não governamentais (ONGs) do Amazonas, afirmou na tarde desta quarta (7/4) que as verbas podem estar sendo usadas com propósito eleitoral.

Serafim disse estranhar os dados apresentados pela coordenadora-geral de Planejamento e Avaliação de Saúde Indígena da Funasa, Rosangela Barreto Marques de Oliveira, na audiência da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional . Ele ressaltou que, em anos eleitorais, o repasse de recursos é muito superior à média.

Em 2002, ano de eleições majoritárias, a Funasa destinou R$ 59,5 milhões para ONGs da Amazônia, por meio de convênios. No ano seguinte, não houve qualquer repasse. Já em 2004, quando foram eleitos prefeitos e vereadores, o valor foi de R$ 29,8 milhões. Em 2005, caiu para R$ 2,9 milhões. ;Esses valores me deixam intranquilo. A CPI das ONGs deveria investigar esse caso;, disse Serafim.

A representante da Funasa afirmou que os critérios para seleção de convênios são técnicos e não políticos. Segundo Rosangela, os dados se referem a repasses autorizados, mas a liberação dos recursos pode ter sido feita em anos subsequentes.