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Ex-presidente e advogado da Bancoop negam irregularidades em depoimento no Senado

O tesoureiro do PT e ex-presidente da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), João Vaccari Neto, e o advogado da cooperativa, Pedro de Abreu Dallari, negaram nesta terça-feira (30/3) que tenha havido irregularidades na entidade e afirmaram que apenas 8,9% dos compromissos firmados entre a cooperativa e seus filiados não foram honrados.

"Tínhamos 6.630 imóveis e foram entregues 5.609. Outros 592 estão em construção e 429 estão com permutas. Ainda falta entregarmos 592 imóveis, o que corresponde a apenas 8,9% dos imóveis. Mas a maioria deles está sendo negociada;, disse Vaccari, em depoimento nas comissões de Meio Ambiente, Fiscalização e Controle e de Direitos Humanos do Senado.

Vaccari presidiu a Bancoop ; instituição investigada por um provável esquema de desvio de dinheiro para o caixa dois de campanhas do Partido dos Trabalhadores (PT) ; de 2005 a fevereiro de 2010.

Segundo o promotor José Carlos Blat, a Bancoop havia recebido socorro financeiro de R$ 26 milhões, garantido por três fundos de pensão de empresas estatais ; Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ ), Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros) e a Fundação dos Economiários Federais (Funcef), dos servidores da Caixa Econômica.

"Entre 2008 a 2010, nenhuma medida foi impetrada por este promotor (José Carlos Blat). Não houve formalização de denúncia e nenhum dirigente da cooperativa foi chamado para prestar depoimento;, informou Dallari. Na avaliação do advogado, Blat não conduz corretamente as investigações, já que leva o caso à imprensa e não às esferas judiciais.

;Ele apresentou essas denúncias à imprensa para criar um fato jornalístico para dar oxigênio ao inquérito que tramita no Ministério Público;, disse Dallari.