O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), pré-candidato à Presidência da República, criticou a pressão que está sendo feita pelo PSDB e pelo DEM para que o governador Aécio Neves (PSDB) aceite ser candidato a vice-presidente em uma chapa encabeçada pelo governador paulista, José Serra. Disse ainda que o governador mineiro não pode ser ;manipulado; pelo PSDB como se fosse apenas um ;instrumento eleitoral, por aqueles que querem ver Minas de for a do poder;. A pressão para Aécio ser vice aumentou depois das recentes pesquisas que apontam a queda de Serra e o crescimento da candidata do PT, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
;A turma de São Paulo quer resolver esse problema no gabinete. Querem tirar a política do povo. O Aécio tem delegação de Minas Gerais para ser presidente, não para ser vice de um cara que impede ele de ser presidente;, afirmou Ciro, que reiterou mais uma vez que pretende disputar o Palácio do Planalto. Segundo ele, uma eleição com Dilma, Aécio e ele como candidatos facilitaria um entendimento futuro e enterraria a política de ódio e a disputa entre o PT e o PSDB de São Paulo , que domina o poder desde a eleição de Fernando Henrique Cardoso, em 1994.
[SAIBAMAIS];A radicalização provinciana da política de São Paulo entre o PT e o PSDB tem feito muito mal ao país. E o Aécio vindo pelo PSDB, a Dilma pelo PT e eu saindo pelo PSB o Brasil inaugura uma nova fase, em que a política enterra o ódio, para refundarmos no Brasil a prática do diálogo;. Segundo o deputado, nessa situação, o vencedor poderá estender a mão para os vencidos e receber deles a cooperação. ;Com isso a gente exclui esses setores que não saem do poder nunca;, afirmou.
Alianças
Com discurso de candidato, criticou até as alianças feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para governar e o acordo PT-PMDB, base da candidatura da ministra Dilma. ;O Fernando Henrique Cardoso sob o pretexto de que precisava arrumar maioria se agarrou a tudo que não presta na política. Aí o Lula vem para a política, o PSDB não dialoga e ele se agarra com quem? Com tudo que não presta na política; atacou o ex-ministro. Ciro chamou a atenção para o fato de o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) ser peça central do PT no Senado depois de ter sido ministro da Justiça do governo Fernando Henrique e de o líder do governo Lula na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR) ter sido líder também do governo tucano. ;Não é possível isso;, disse Ciro.
Pressionado pelo Palácio do Planalto a desistir da corrida presidencial e disputar o governo de São Paulo, Ciro Gomes reafirmou que é candidato à Presidência da República. Depois do discurso de ataque ao PT e ao PSDB paulista, o deputado pediu votos a um repórter que o entrevistava antes do início da cerimônia. ;Sou candidato a presidente da República e peço seu voto se você não achar um melhor do que eu;, afirmou Ciro, mostrando disposição para a campanha à sucessão de Lula.