A líder do governo no Congresso, Ideli Salvatti (PT-SC), pretende levar para decisão do plenário do Senado a análise do projeto de lei que cria, dentro do programa Bolsa Família, um incentivo adicional para estudantes da rede pública que obtenham bom desempenho escolar. A proposta foi aprovada nesta terça-feira (2/3), em caráter terminativo, pela Comissão de Educação e foi qualificada pela líder como parte de uma disputa político-partidária travada pela oposição.
De autoria do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), o projeto concede o benefício adicional a crianças e adolescentes de 6 a 17 anos. Entre os parlamentares da base do governo e da oposição que votaram a matéria, somente o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) questionou o texto. Ideli chegou à comissão pouco depois de o projeto ser aprovado e criticou a forma como a votação foi encaminhada.
;É uma disputa político-partidária. Se [o PSDB acha que] colocar a responsabilidade em cima das crianças representa melhoria do programa [Bolsa Família], [eles] perderam o rumo de suas propostas. Só tenho a lamentar;, afirmou a líder do governo no Congresso. Segundo ela, bastam nove assinaturas para que a matéria siga para a apreciação do plenário antes de ser enviada à Câmara como, a princípio, ocorrerá com a aprovação em caráter terminativo.
[SAIBAMAIS]Jereissati, por sua vez, rebateu as declarações da senadora petista. Segundo ele, o governo é que trata com viés político as matérias encaminhadas ao Congresso. ;Eles é que têm todo o viés político. Não tem nada que [o governo] faça que não tenha uma coisa eleitoral por trás;, afirmou o tucano.
O pedetista Cristovam Buarque (DF) também criticou a iniciativa de Ideli Salvatti de recorrer para que a matéria seja apreciado pelo plenário do Senado, bem como os argumentos usados pela senadora. ;Discriminação é achar que filho de pobre não tem que ter bom desempenho na escola;, disse o parlamentar.