O PV, por exemplo, está fazendo uma campanha na internet para aumentar sua renda por meio de contribuições espontâneas dos filiados. Com a pré-candidatura da senadora Marina Silva (AC) à Presidência da República, o partido quer reforçar o caixa. De acordo com o secretário nacional de finanças do PV, Reinaldo Nunes, a legenda iniciou uma campanha de filiação pela internet e, com ela, pretende passar a arrecadação dos atuais R$ 30 mil mensais para R$ 200 mil. ;Esse dinheiro, até junho, seria para manutenção do partido, seminários, viagens, despesas do dia a dia, com televisão e pesquisas. A partir de julho, teremos a conta específica dos candidatos e podemos até usar para campanha eleitoral;, disse Nunes.
Para o presidente do PV, José Luiz Penna, apesar do baixo peso das contribuições na arrecadação, elas são importantes para incentivar a participação dos filiados. ;O PV trabalha esperando que as pessoas contribuam porque, quanto mais dividir a participação econômica, menos dono o partido tem. Temos de manter a nossa turma democratizada.;
"Tem vantagens partidárias. O sujeito que é mau militante e se nega a contribuir não tem legenda"
Márcio França, secretário de finanças do PSB
"Bem ou mal, é uma demonstração de agregação e são recursos de que temos uma liberdade maior de uso"
Eduardo Jorge, vice-presidente de finanças do PSDB
Márcio França, secretário de finanças do PSB
"Bem ou mal, é uma demonstração de agregação e são recursos de que temos uma liberdade maior de uso"
Eduardo Jorge, vice-presidente de finanças do PSDB
Autonomia
O secretário nacional de finanças do PT, Paulo Ferreira, defende a cobrança de contribuições pelos partidos como forma de torná-los mais independentes. ;A contribuição dos parlamentares e detentores de cargos é fundamental à medida que ela ajuda no sentido da autossustentabilidade do partido. Muitos consideram o percentual que cobramos (20%) alto, mas ele é baseado nesse critério. Quanto mais contribuições dessa natureza houver, menos as legendas vão depender de aparatos estatais.; As contribuições petistas vão para manutenção das estruturas partidárias. A verba não deve influir na campanha da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata ao Palácio do Planalto.
No PSB, que tem o deputado federal Ciro Gomes como pré-candidato à Presidência, o secretário de finanças da sigla, deputado federal Márcio França (SP), conta que também há uma campanha virtual para chegar a 1 milhão de filiados. Para isso, a contribuição foi reduzida a R$ 1 por ano. ;As ajudas individuais não são muito significantes para as campanhas. O padrão deve mudar com as novas regras eleitorais que permitirão doação por cartão de crédito e internet.; De acordo com França, a contribuição não é obrigatória, mas, se o parlamentar quiser legenda para concorrer, precisa estar em dia com o pagamento. ;Tem vantagens partidárias. O sujeito que é mau militante e se nega a contribuir não tem legenda;, disse França. Pelas contas do deputado socialista, as contribuições correspondem a 20% da arrecadação do PSB.
O vice-presidente para assuntos de finanças do PSDB, Eduardo Jorge, também considera pequena a contribuição, mas considera uma vantagem o fato de serem recursos próprios. ;Bem ou mal, é uma demonstração de agregação e são recursos de que temos uma liberdade maior de uso do que os do fundo partidário.; Os tucanos, que ainda não confirmaram a pré-candidatura do governador de São Paulo, José Serra, à Presidência, também não devem usar a verba na campanha.