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Alencar quer unificar palanque de ministra

Vice-presidente, homenageado nessa segunda pelo PT, diz ser um soldado de Lula e promete ajudar no que for preciso na campanha de Dilma. Mas decisão sobre candidatura, só depois de realizar exames

O vice-presidente da República, José Alencar (PR-MG), se declarou ontem um soldado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a construção da unidade em Minas Gerais. Ele disse que vai trabalhar para garantir um palanque único e ;inteligível; da base aliada para a ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto. ;Para ajudar, farei o que for preciso;, disse, depois de assinalar que poderá disputar as eleições para qualquer cargo, mas só o fará se sua candidatura ajudar na unidade no estado.

Mas ressaltou que qualquer decisão só ocorrerá em março. Antes dos resultados de novos exames, agendados para 16 e 17 do próximo mês, o vice-presidente da República não vai se posicionar sobre sua possível candidatura. ;Não sou candidato a nada. Primeiro, tenho de ver o resultado da saúde. Não posso levar o meu nome como candidato se não estiver bem. O quadro é bom, é um milagre, mas tenho exame marcado para 16 e 17 de março e devo esperar;, assinalou. Segundo Alencar, se estiver bem, poderá se candidatar. ;Mas confesso que prefiro um cargo no Legislativo, do Senado ou da Câmara dos Deputados. No entanto, tudo dependerá dos exames;, reforçou.

Duplamente homenageado ontem pelo PT, Alencar recebeu, primeiro, na Câmara de Belo Horizonte, o diploma de honra ao mérito. Emocionado, o vice-presidente chorou durante a solenidade. À noite, recebeu a segunda homenagem, na cerimônia de posse da nova direção do partido em Minas, ao ser agraciado com o título de ;militante de honra; do PT.

Durante o discurso na Câmara, Alencar fez declarações simpáticas ao ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias (PT). Depois de elogiar o seu trabalho e o alcance do Programa Bolsa Família, ele assinalou, em tom gentil: ;Confesso a vocês que, ao lado do Patrus, como vice, eu toparia qualquer coisa. Mas é aquela história. Tenho de ver primeiro o problema de saúde;. Dividida entre três pré-candidaturas ao governo de Minas ; do ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), de Patrus Ananias e do ex-prefeito Fernando Pimentel (PT) ;, não apenas a base aliada, mas sobretudo o PT dá sinais de que terá dificuldades em manter a unidade na sucessão estadual.

Solução
Uma eventual candidatura de Alencar ao governo de Minas é percebida pelos setores do PT mais ligados a Patrus e pelo PCdoB como uma saída para o impasse. Ainda sem se posicionar no novo cenário, o PMDB, partido fundamental para a composição nacional pretendida pelo presidente Lula, segue em Minas articulando a candidatura de Hélio Costa. O ex-prefeito Fernando Pimentel, afastado desde as eleições municipais de 2008 da maior parte do primeiro escalão mineiro do governo Lula, agora ensaia uma reaproximação, dando passos em direção a José Alencar sem, contudo, se comprometer em definitivo com a proposta.

O presidente do PR, Rogério Colombini, ressaltou que ;José Alencar quer unir Minas;. A tarefa não será fácil. Enquanto os aliados mais próximos de Patrus insistem nas prévias partidárias para a indicação do candidato petista ao governo mineiro e, ao mesmo tempo, investem na articulação que coloca José Alencar no centro do debate político do estado, o grupo de Fernando Pimentel tenta evitar as prévias.

Reginaldo Lopes, presidente do PT-MG, considerou que Alencar vai influenciar de forma decisiva no processo sucessório mineiro, demonstrando mais preocupação em solucionar a disputa entre Patrus e Pimentel do que em acomodar o PMDB no primeiro momento. Ele afirmou que não pretende tornar a eleição ao Palácio da Liberdade plebiscitária, destacando que a base de Lula pode ter dois palanques no primeiro turno ; um do PMDB de Hélio Costa, e outro do PT, em sintonia com Alencar ; e se unir num eventual segundo turno.