Morreu ainda no nascedouro a polêmica intenção do deputado federal Ernandes Amorim (PTB-RO) de comprar um jatinho para deixar a disposição dos parlamentares do Congresso Nacional. A Mesa Diretora da Câmara rejeitou a proposta por considerar o requerimento de Amorim inviável. ;A Mesa Diretora votou unanimemente contrária à compra do avião para a Câmara;, disse o primeiro-secretário da Câmara, deputado Rafael Guerra (PSDB-MG).
O plano original de Amorim era adquirir uma aeronave do tipo Legacy ; avaliada em cerca de U$$ 25 milhões, fora os custos de manutenção ; para o transporte de parlamentares integrantes de comissões especiais. ;O que são US$ 25 milhões para quem economizou R$ 290 milhões?;, disse Amorim, em referência ao total poupado pela Casa em 2009. ;O contribuinte tem a obrigação de pagar mesmo;, acrescentou. ;Nós temos a cota de passagens, que é suficiente para que o deputado se desloque do seu estado até Brasília. E ela tem que ser paga mesmo, porque isso faz parte do trabalho parlamentar. Mas os trabalhos nas comissões não andam, por exemplo. Por isso a necessidade do avião;, afirmou Amorim para defender sua tese, em reportagem publicada pelo Correio em 15 de janeiro.
Em 2009, o valor gasto por parlamentares com passagens aéreas chegou a R$ 79,8 milhões. Na última quarta, a Secretaria de Comunicação do Senado informou que a Casa economizou 48,6% com as despesas de passagens aéreas utilizadas pelos senadores em 2009, em relação à despesa de 2008. Porém, os gastos com o pagamento de horas extras aumentou mais de 60% em relação a 2008. Só com servidores, foram gastos R$ 44,4 milhões, enquanto no ano anterior o valor foi de R$ 27 milhões.