Defensores da candidatura do vice-presidente José Alencar (PR) ao governo de Minas começam uma romaria para tentar viabilizar a tese, vista como terceira via para solucionar o impasse que virou a disputa pelo Palácio da Liberdade, com o PT dividido internamente e em divergência com o PMDB. A possível candidatura do vice-presidente é tida como a única maneira de pacificar a base aliada do presidente Lula e impedir que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, tenha um palanque dividido no estado. Na semana que vem, Alencar vai tratar do assunto com representantes do PT e com a direção nacional do PCdoB, que se reúne com ele em Brasília para discutir exclusivamente a campanha em Minas Gerais.
Nesta semana, a prefeita de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, Marília Campos (PT), conversou com o vice-presidente por telefone e hipotecou apoio a sua possível candidatura. ;Estou disposta a trabalhar pela candidatura do vice-presidente, pois ela seria a escolha mais viável para acabar com o impasse que virou a disputa da base aliada do presidente no estado.; A prefeita disse estar preocupada com os rumos que estão tomando as discussões que envolvem os dois pré-candidatos do PT, o ex-prefeito da capital Fernando Pimentel e o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias. Os dois travam uma disputa interna ferrenha em torno de quem será o candidato.
;Acho que está faltando amadurecimento entre os principais atores. Está ficando cada vez mais tarde e mais difícil a costura;, afirma a prefeita, cujo nome já foi citado como candidata a vice na chapa de Alencar caso ela vingue. Segundo Marília, na conversa com Alencar, ele se mostrou disposto a disputar qualquer cargo, desde que haja consenso e que sua candidatura contribua para o processo de unificação da base aliada em Minas.
Aliança
A discussão sobre uma possível candidatura de Alencar começa a ser tratada também pelo Planalto como alternativa caso Pimentel, Patrus e o PMDB mineiro não se entendam. Patrus já disse que abre mão para Alencar. Pimentel também admitiu ontem essa possibilidade, durante a visita de Dilma a Jacutinga, no sul de Minas. ;Não estamos discutindo nomes. É momento para definir o formato da aliança. Se haverá um ou dois palanques. Mas, se for de desejo dele, terá apoio amplo, inclusive o meu;, afirmou Pimentel.