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Discurso de Lula lido em Davos ressalta avanços econômicos e sociais do Brasil

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta sexta-feira (29/1), ao ler o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o mundo precisa de mudanças profundas e complexas para enfrentar questões como o modelo financeiro vigente e as alterações climáticas. O texto foi lido durante o recebimento do prêmio Estadista Global no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. O presidente não pôde comparecer à premiação por causa de uma crise de hipertensão.



O discurso também chama a atenção para os avanços do Brasil nos últimos sete anos e para o modo como o país enfrentou a crise financeira internacional. Lula destacou que o Brasil venceu o desafio de crescer economicamente e de incluir socialmente os mais pobres.

;Nesse período, 31 milhões de brasileiros entraram na classe média e 20 milhões saíram do estágio de pobreza absoluta. Pagamos toda nossa dívida externa e hoje, em lugar de sermos devedores, somos credores do FMI;, informou. ;Incorporar os mais fracos e os mais necessitados à economia e às políticas públicas não era apenas algo moralmente correto. Era, também, politicamente indispensável e economicamente acertado;, completou.

O texto de Lula enfatizou que o Brasil foi um dos últimos países a entrar na crise e um dos primeiros a sair dela. Isso foi possível por meio de uma política de ampliação do crédito, redução de impostos e estímulo ao consumo.

;Na crise ficou provado, mais uma vez, que são os pequenos que estão construindo a economia de gigante do Brasil. Este talvez seja o principal motivo do sucesso do Brasil: acreditar e apoiar o povo, os mais fracos e os pequenos;, concluiu.

No discurso, Lula disse também que a Conferência do Clima, que ocorreu ano passado em Copenhague, poderia ter sido mais bem aproveitada. Segundo ele, os estadistas globais que ali estavam ;perderam uma oportunidade de avançar; em prol do meio ambiente. Ele cobrou dos líderes mundiais que na próxima Conferência do Clima, no fim de novembro, no México, seja possível encontrar saídas para o aquecimento global.

O pronunciamento, lido por Amorim, afirma que as duas questões são sintomas de uma crise mais profunda e da necessidade de o mundo encontrar um novo caminho. ;Um novo caminho, livre dos velhos modelos e das velhas ideologias. É hora de reinventarmos o mundo e suas instituições. Por que ficarmos atrelados a modelos gestados em tempos e realidades tão diversas das que vivemos? O mundo tem que recuperar sua capacidade de criar e de sonhar;, afirmou Lula no texto.

[SAIBAMAIS]No discuso lido pelo Ministro das Relações Exteriores, Lula afirma que o prêmio recebido hoje não é só um prêmio para o presidente Lula, mas para o Brasil. ;Esse prêmio nos alegra, mas, especialmente, nos alerta para a grande responsabilidade que temos.;

Por causa da crise de hipertensão, Lula teve todos os compromissos cancelados até domingo. Segundo informações do Palácio do Planalto, a pressão arterial do presidente já está normal. Lula já estava no avião que iria para o Fórum Econômico em Davos, quando teve a crise. Ele foi internado num hospital de Recife onde passou a noite. No dia seguinte ele foi para São Bernardo do Campo (SP) onde passará o fim de semana descansando em seu apartamento.