A aprovação do Brasil à entrada da Venezuela no Mercosul preocupa a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Em entrevista à Agência Brasil, o diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, Thomaz Zanotto, disse considerar a decisão apenas política e que, por isso, não teria levado em conta aspectos técnicos que precisariam ter sido solucionados antes da aprovação.
Entre esses aspectos, Zanotto citou problemas relativos ao próprio Mercosul como a disparidade entre os sócios e o protecionismo argentino e também ao fato de que deveria ter sido exigido o cumprimento de alguns requisitos, pela Venezuela, tal como a obediência à cláusula democrática. ;A entrada de um país num bloco não é só política, mas técnica também;, afirmou.
Zanotto comparou a entrada da Venezuela no Mercosul com o processo que ocorre na União Europeia. ;Para entrar na União Europeia, o processo é longo;, destacou.
Argentina e Uruguai já votaram favoravelmente à entrada da Venezuela no bloco, mas ainda falta a decisão do governo paraguaio para que o ingresso do país seja efetivado.
De acordo com Zanotto, o comércio entre a Venezuela e o Brasil é forte, com superavit comercial de US$ 3 bilhões ao ano. O comércio bilateral entre os dois países é de cerca de US$ 5 bilhões por ano.