O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou ontem que a votação do reajuste dos servidores e funcionários comissionados da Câmara deverá ser analisada apenas em 2010. O projeto de aumento salarial foi aprovado na outra Casa na semana passada. Os servidores e o sindicato da categoria (Sindilegis) pressionam pela aprovação no Senado até o início do recesso parlamentar, dia 23. O reajuste entraria em vigor a partir de julho do próximo ano. Para Sarney, é preciso ter cautela para votá-la, pois a matéria é ;controversa;.
;Eu acho muito difícil (votar o reajuste). Estamos com mais duas sessões deliberativas para que tenhamos tempo de ter pareceres e aprovarmos essa matéria, que é sempre controversa. Ela não depende do presidente. Teríamos que aprová-la pela Mesa e, em seguida, submeter ao plenário;, afirmou o presidente do Senado.
[SAIBAMAIS]Sarney articula deixar a votação do reajuste para o próximo ano porque os servidores do Senado, não contemplados no projeto aprovado pela Câmara, também querem aumento. Para evitar novos desgastes sozinho, após um ano em que atravessou uma séria crise política, o presidente do Senado prefere encerrar 2009 sem colocar o projeto em discussão e, futuramente, votar os reajustes da Câmara e do Senado conjuntamente.
O texto da Câmara, aprovado na madrugada da última quarta-feira, prevê aumento médio de 15% para os servidores. Em alguns casos, a elevação chega a 33% ; funcionários passariam a ganhar R$ 18 mil. Os novos servidores públicos que ingressarem na Casa por concurso também vão ser beneficiados com a medida, já que o projeto prevê elevação nos salários iniciais, atualmente em R$ 8 mil.
Segundo Sarney, também deverá ficar para 2010 o projeto de reforma administrativa do Senado, a não ser que haja consenso entre os líderes partidários para votá-lo. A proposta, entre outras medidas, prevê o enxugamento de 40% da estrutura da Casa.