O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) não pretende mudar sua estratégia de atuação, baseada na ocupação de terras, por conta da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) instalada quarta-feira (9/12) no Congresso para investigar a organização.
;Nós queremos aproveitar a CPI para fazer um grande debate público sobre os problemas de áreas da reforma agrária. É por isso que o MST continua com o mesmo planejamento de luta para o próximo ano;, afirmou o integrante da coordenação nacional do MST João Paulo Rodrigues, depois de participar do lançamento do relatório Direitos Humanos no Brasil.
Em entrevista à Agência Brasil, ele disse que o movimento quer que a CPMI inicie os trabalhos o ;quanto antes; para que o assunto possa ser resolvido e retirado de pauta. ;O quanto antes ela [a CPMI] se resolver, é muito melhor para nós do que ficar essa pauta permanente na imprensa;, ressaltou. Rodrigues reafirmou que o movimento não tem medo ;do que possa ser encontrado pela CPI;.
[SAIBAMAIS]O líder do MST também criticou a atuação do governo federal em relação à reforma agrária. ;O governo Lula teve assuntos que avançaram com muita contundência, assuntos importantes. Mas teve assuntos que foram um desastre e a reforma agrária é um desses que não avançou em nada;.
Segundo Rodrigues, a falta de sucesso no processo de redistribuição de terras ocorre por uma ;decisão política e um compromisso do governo com setores do agronegócio e até mesmo com o latifúndio improdutivo;.
Por isso, o movimento pretende se organizar no próximo ano para cobrar promessas que teriam sido feitas pelo governo. ;No último ano do governo Lula, queremos cobrar os compromissos e as promessas feitas para melhorar as condições de vida nos assentamentos;, destacou.