Jornal Correio Braziliense

Politica

MP quer investigar obras da construtora Camargo Corrêa

O Ministério Público Federal em São Paulo pediu a investigação de 14 obras da Construtora Camargo Corrêa e de dez políticos que podem ter recebido dinheiro da empresa. O MPF encaminhou os pedidos a vários órgãos, inclusive à Procuradoria Regional Eleitoral, que vai apurar o conteúdo de uma planilha com nomes de deputados e senadores encontrada durante as buscas e apreensões realizadas pela Polícia Federal na Operação Castelo de Areia, realizada em maio deste ano.

A procuradora da República em São Paulo, Karen Louise Jeanette Kahn, autora das representações, pediu investigação das obras federais da eclusa da hidrelétrica de Tucuruí (PA), dos Metrôs de São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza, do Aeroporto de Vitória, do Rodoanel e da Ponte Paulicéia, em São Paulo. O MPF aponta o envolvimento de dois senadores e quatro deputados federais em irregularidades ligadas às obras. Karen Kahn enviou a representação à Procuradoria Geral da República, já que há a suspeita sobre autoridades dos poderes Executivo e Legislativo.

O Ministério Público vai investigar também secretários estaduais e municipais e diretores de órgãos federais, supostamente ligados a obras em São Paulo, Paraisópolis, Jundiaí, Campinas, Estreitinho ; todas no interior paulista ; e da BR-101 (entre Rio Grande do Norte e Pernambuco). A procuradora também encaminhou à Procuradoria Regional Eleitoral uma planilha encontrada durante as buscas e apreensões, onde estão nomes de políticos e valores.

Por meio de sua assessoria, a Construtora Camargo Corrêa afirmou que tomou conhecimento da existência das representações pelo site do Ministério Público Federal. ;Mais uma vez, nos vemos alvo de acusações públicas sem que tenhamos tido acesso às informações que lhes deram origem e que são parte de processo judicial que corre em segredo de Justiça. Ressaltamos que, neste mesmo processo, houve denúncias divulgadas precipitadamente à imprensa que se mostraram infundadas;, disse a empresa, afirmando que está convicta da licitude da sua conduta e espera ter acesso às informações para que possa fazer sua defesa.