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Politica

Presidente da CNA critica discurso de Patrus

A presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), se emocionou hoje (3), durante discurso da tribuna do Senado, ao comentar as críticas que o ministro do Desenvolvimento Social teria feito ao agronegócio. Segundo ela, o ministro Patrus Ananias teria classificado os produtores de escravocratas. A assessoria de Patrus nega e diz que as críticas da senadora não procedem.

Kátia Abreu lembrou os episódios em que os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, classificaram os agricultores de ;vigaristas; e de ;senhores feudais;, respectivamente. No entanto, segundo ela, as palavras de Patrus, no último dia 30, durante a Conferência Nacional da Assistência Social, foram as que mais chocaram.

;O ministro Patrus Ananias, diante de 2 mil pessoas ligadas à assistência social, pessoas que têm um trabalho extraordinário pelo país, disse que o trabalhador rural enfrenta a gravidade do trabalho escravo. Afirmou que o Bolsa Família ajudou o trabalhador a enfrentar o patrão para não se submeter ao trabalho escravo. Disse que sem o Bolsa Família os trabalhadores estariam totalmente à mercê do trabalho escravo, que os produtores rurais do país são escravocratas;, discursou a senadora contendo as lágrimas.

A senadora lamentou as supostas palavras do ministro e ressaltou que o agronegócio tem sido responsável pelo equilíbrio das contas do país. ;Se eles não têm compaixão, admiração, não têm reconhecimento, importância, nós significamos um terço do PIB, um terço do emprego, um terço das exportações, da economia do país. Em um ano, três ministros. Vigaristas, senhores feudais, escravocratas. Não é mais possível permitir que isso aconteça;, afirmou ela.

Kátia Abreu, no entanto, reconheceu que os agricultores podem ter cometidos erros no passado. ;Reconheço que todos os setores da economia cometem erros. Todas as pessoas, em todos os lugares, às vezes erram, se equivocam, mas estamos tentando melhorar, estamos buscando consenso. Temos debatido sem descanso. Não temos evitado nem os maiores adversários no diálogo, quer seja na área ambiental, quer seja na área fundiária, quer seja em todos os setores;.

Segundo a assessoria de Patrus, o termo escravocrata estaria ligado às críticas que são feitas ao Bolsa Família, na qual os beneficiários do programa ficariam acomodados e não buscariam emprego. O que ele teria dito é que com a renda obtida com o programa, as famílias não precisam se sujeitar a qualquer trabalho. A assessoria acrescentou que o ministro é oriundo de família de agricultores e que jamais faria uma crítica nestes termos.