Na mesma trilha aberta pelo PSDB e pelo PT, de olho nas eleições de 2010, o PMDB lança no sábado (31/10) um novo portal na internet, com destaque para o uso de ferramentas interativas para ampliar a discussão sobre o "projeto de poder do partido". A legenda deve substituir o atual site institucional (www.pmdb.org.br), que divulga a atuação de seus parlamentares, por uma "comunidade", com o uso de recursos da web 2.0, como o Twitter, o Facebook e o Orkut.
O deputado federal Eliseu Padilha (PMDB-RS), que comanda a reformulação da página do partido, acredita que as novas ferramentas interativas podem promover a integração dos militantes da legenda e até atrair novos simpatizantes. "As questões do dia a dia do PMDB são debatidas sem um processo de interação maior. O partido não pode ser fechado. Nós queremos ouvir a sociedade como um todo, para afinar nosso discurso", afirmou.
Enquanto não começa oficialmente a campanha eleitoral e os nomes dos candidatos à presidência e aos governos estaduais não são lançados, os principais partidos do país apostam na internet para fortalecer as siglas e divulgar seus projetos políticos. O PMDB é uma das últimas grandes legendas a formalizar a entrada na web 2.0. Esta semana, o PT anunciou que está investindo R$ 600 mil na criação de um novo site, que será lançado no dia 5 de novembro. Já o PV, que se prepara para lançar a senadora Marina Silva (AC) à Presidência, já tem recursos interativos em seu site e deve lançar uma nova versão da página até o fim do ano.
[SAIBAMAIS]O portal do PSDB (www.tucano.org.br), criado em agosto, também aposta na interatividade e já caminha para a batalha das eleições do ano que vem. A página inicial traz notícias e opiniões sobre política, com destaque para artigos que criticam a "antecipação de campanha" do PT e o "vale-tudo eleitoral" da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. O site foi criado pelo diretório regional do partido em São Paulo, com a expectativa de ser transformado em uma rede nacional.
Apesar de a disputa eleitoral deixar os partidos em campos opostos, o modelo seguido na internet é praticamente o mesmo para todos. PT, PSDB, PMDB e PV, por exemplo, apostam nas mesmas ferramentas de interação - como as comunidades virtuais e o Twitter - e no lançamento de rádios e TVs virtuais para exibir vídeos e transmitir os eventos dos partidos.
Retorno
Para o cientista político Humberto Dantas, conselheiro do "Movimento Voto Consciente", o uso de recursos semelhantes entre os partidos e candidatos pode fazer com que a web não tenha o efeito previsto nas eleições do ano que vem. "Alguns analistas acreditam que a internet não vai resolver a eleição, principalmente por falta de penetração no Brasil e porque muitos políticos terão recursos muito parecidos", disse. "Apesar disso, os partidos não podem evitar essa discussão. Os candidatos não poderão deixar de usar essas ferramentas". Dantas também não acredita que o Twitter, que se tornou febre entre os políticos este ano, terá um impacto significativo na campanha do ano que vem. Ele destaca o caso do governador de São Paulo, José Serra, que é seguido por 120 mil usuários e é considerado um exemplo no uso do serviço. "Ele quer se firmar como um ser humano, como todos os outros".