A oposição retirou-se da reunião desta quarta-feira (28/10) da Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras em protesto ao comportamento da base do governo e prometeu não participar da comissão até que seja convocada uma reunião administrativa.
No começo da reunião, marcada para ouvir o depoimento do gerente-executivo de serviços da Área de Exploração e Produção da Petrobras, Erardo Gomes Barbosa Filho, os senadores tucanos Sérgio Guerra (PE) e Álvaro Dias (PR) saíram da audiência. Em seguida, foi a vez do senador Antônio Carlos Magalhães Junior (DEM-BA).
;Eles estão passando o trator de forma impiedosa em cima da gente;, reclamou ACM Junior. ;Enquanto não for realizada uma reunião administrativa não vamos mais participar;, completou o democrata. Ele disse que a oposição pretende apresentar novos requerimentos de convocação e discutir os rumos da CPI na reunião.
Os governistas têm ampla maioria na comissão, além dos dois cargos de comando (presidência e relatoria). Com isso, conseguem aprovar ou derrubar os requerimentos propostos pela oposição.
O presidente da CPI, senador João Pedro (PT-AM), negou que a comissão esteja favorecendo a Petrobras. ;Não há combinação [com a Petrobras]. O [José Sergio] Gabrielli é presidente da Petrobras e o João Pedro é o presidente da CPI;, afirmou o petista.
A líder do governo no Congresso, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), ponderou que a oposição ajudou a aprovar o cronograma de trabalho proposto pelo líder do governo no Senado e relator da comissão, Romero Jucá (PMDB-RR). ;O cronograma, aprovado por unanimidade, estabelece como será desenvolvido o trabalho da comissão;, disse Ideli.
Para amenizar os ânimos da oposição, o presidente da CPI marcou para a próxima terça-feira (3), um dia depois do feriado do Dia de Finados, uma reunião administra. Ele também marcou audiência com o presidente da Petrobras para o dia 10 de novembro.