A Procuradoria-Geral da República (PGR) ajuizou nesta terça-feira (29/9), no Supremo Tribunal Federal (STF), ação direta de inconstitucionalidade (Adin), com pedido de liminar, contra a proposta de emenda constitucional conhecida como PEC dos Vereadores. Promulgada pelo Congresso Nacional na semana passada, a PEC criou mais de 7 mil vagas nas câmaras municipais e determinou ainda a posse imediata dos suplentes.
Entretanto, segundo o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a alteração promulgada promove imensa interferência em eleições já encerradas, e as regras só poderão valer para as eleições de 2012. Além disso, a proposta seria inconstitucional por desvincular o número de vereadores da proporcionalidade à população dos municípios.
[SAIBAMAIS]Para Gurgel, a norma provoca ;instabilidade institucional absolutamente conflitante com os compromissos democráticos assumidos na Constituição da República;, ao promover uma intervenção casuística no sistema eleitoral.
;A transição para um novo regime jurídico eleitoral de tamanha dimensão ; a interferir não só no resultado das eleições, mas também no direito dos eleitos e na participação dos partidos políticos ; deve ocorrer sem sobressaltos, o que implica dizer que suas regras não podem retroagir;, opinou o procurador-geral.
A o citar fatos informados pelos meios de comunicação, que dão conta da execução imediata das regras em municípios isolados, Gurgel reforçou o pedido de concessão de liminar ao STF contra o Artigo 3; da emenda à Constituição, que faz retroagir os efeitos da alteração ao processo eleitoral de 2008. Na prática , a Procuradoria Geral da República quer que o STF impeça a posse dos suplentes de vereadores até o julgamento de mérito da Adin ajuizada.
;Logo, o impulso ganhará localidades mais extensas e populosas, com sério agravamento do estado de inconstitucionalidade. Situações tais geram risco de crise constituinte;, alertou Gurgel.