Jornal Correio Braziliense

Politica

José Múcio: 'A eleição no Senado foi difícil'

O senhor deixa o ministério com mágoa de alguém ou de algum partido?
Eu sou lá homem de mágoa? Sou um homem de gratidão. Me perguntaram de quem teria sido o único voto contra minha indicação, no Senado, e respondi que deve ter sido de alguém que se enganou. Falaram de Tião Viana (PT- AC), mas nossa relação é muito boa. Não ficou arranhada pelo processo de disputa da presidência do Senado.

Ao entregar suas bases eleitorais para o governador Eduardo Campos fazer a partilha entre os candidatos da situação, o senhor pediu por alguém em especial?
A tarefa da divisão das bases cabe ao governador. Ele tem o conhecimento exato do mapa eleitoral do estado e pode fazer isso com justiça. Pedi apenas que desse prioridade absoluta para os que estão empenhados na eleição de Armando Monteiro Neto.

Como vai ser a participação do senhor na campanha do próximo ano, uma vez que, como ministro do Tribunal de Contas, não poderá subir em palanques?
Devo encaminhar, na próxima segunda-feira, meu pedido de desfiliação ao PTB.Estarei desfiliado do partido pelo qual me elegi, mas estarei empenhado na eleição de Armando. Tenho minha chapa definida para 2010: Eduardo e João Lyra Neto para o governo, Armando e João Paulo para o Senado.

[SAIBAMAIS]Qual o momento mais difícil que o senhor enfrentou nos quase dois anos em que esteve à frente do Ministério das Relações Institucionais?
A eleição para a presidência do Senado, este ano, foi o mais difícil, pelo fato de eu não pertencer a nenhum dos dois maiores partidos da base do governo. Fiquei sob suspeição. Companheiros do PMDB diziam que eu fazia campanha para o PT, enquanto companheiros do PT falavam que eu estava ao lado do PMDB.

Ser ministro foi a função que mais lhe exigiu empenho e habilidade?
Foi a mais difícil de todas. Como ministro, você tem que decidir. E minha função era ser o intermediário entre quem queria alguma coisa e quem podia resolver.