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Em CPI, gerentes da Petrobras negam critério político para patrocínios

Em depoimento hoje (22), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, três gerentes da empresa negaram os critérios políticos para a concessão de patrocínios e na definição da política de comunicação da empresa. A gerente de Patrocínio da estatal, Eliane Costa, afirmou que a escolha das atividades culturais e esportivas que recebem o dinheiro da estatal obedece a critérios técnicos que podem ser comprovados pelos resultados obtidos. "É preciso deixar claro que o patrocínio não é um repasse de recursos, é um contrato entre duas partes, que garante a exposição da nossa marca. Há seleções públicas de projetos, que são analisados por especialistas externos à companhia nas áreas de artes visuais, cênicas, curta-metragem e acervo de música. E programas específicos corporativos para esporte", disse. Eliane Costa afirmou ainda que 98% das atividades culturais patrocinadas pela Petrobras também estão inseridas na Lei Nacional de Incentivo à Cultura. %u201CAgindo assim, termos a garantia do rigoroso crivo feito pelo Ministério da Cultura%u201D, justificou. De acordo com os dados fornecidos pela empresa, mais de 47 mil propostas receberam incentivos financeiros da Petrobras nos últimos nove anos, sendo 21.320 projetos apresentados diretamente à empresa e 26 mil inscritos nas seleções públicas. Além de Eliane Costa, a CPI da Petrobras ouviu também os depoimentos de Wilson Santarosa, gerente de Comunicação Institucional, e de Luis Fernando Maia Nery, gerente de Responsabilidade Social. Os depoimentos foram motivados pelas suspeitas de que o dinheiro de patrocínio teria ido parar em contas de empresas com endereços fictícios e de contas ligadas à família Sarney. A fundação que leva o nome de Sarney teria recebido R$ 1,34 milhão da Petrobras entre o fim de 2005 e setembro do ano passado para a preservação de seu acervo. A prolongada exposição de três gerentes da Petrobras irritou os senadores da oposição e provocou uma discussão entre o relator da CPI, Romero Jucá (PMDB-RR) e os senadores tucanos Sérgio Guerra (PE) e Álvaro Dias (PR). Após a fala de Eliane Costa, que durou cerca de 40 minutos, Sérgio Guerra protestou: "Não viemos aqui para ouvir palestras. Nem uma mente brilhante seria capaz de apreender tudo que foi dito aqui%u201D. O relator, que também é líder do governo no Senado, retrucou: %u201CEu sou capaz. Tenho um método de trabalho que é de conhecer primeiro o todo para depois partir para esse ou aquele detalhe%u201D. Guerra continuou: %u201CO senhor tem uma mente privilegiada. É uma cobra de duas cabeças%u201D, provocou. O senador Álvaro Dias também resolveu interferir no debate acirrado, alegando que as longas exposições tinham o objetivo de estender a audiência até o momento de se iniciar a sessão do plenário.