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Arthur Virgílio pede explicações sobre funcionário de Renan que estudou fora do país

O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) cobrou explicações do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) sobre notícias publicadas pela imprensa a respeito de um ex-funcionário do parlamentar alagoano seu que teria estudado na Austrália às custas do Senado no ano de 2005. Em discurso nesta terça-feira (15), Arthur Virgílio disse considerar que é dever de todos os senadores admitir publicamente eventuais equívocos administrativos, ressarcindo aos cofres públicos as despesas irregulares advindas desses erros.

Arthur Virgílio afirmou ainda ter considerado "perverso e mesquinho" o modo como o senador Renan Calheiros se referiu à sua pessoa (Virgílio) em discurso proferido pelo senador peemedebista na semana passada, em especial na citação do nome da mãe do senador Arthur Virgílio.

"Em nenhum momento eu tergiversei ou menti, muito pelo contrário, eu admiti meu erro quando liberei meu funcionário para estudar fora. Depois disso, solicitei ao diretor-geral do Senado os cálculos do que devia e restitui os valores aos cofres públicos. Por isso, surpreendeu-me a notícia de que um funcionário do gabinete do senador Renan Calheiros tenha ficado na Austrália, de dezembro a março de 2005, para estudar inglês, recebendo salário pelo Senado", assinalou o parlamentar amazonense.

De acordo com Arthur Virgílio, a informação sobre o episódio é confirmada pelo próprio ex-funcionário, o atual deputado estadual Rui Palmeira, em entrevista ao blog do jornalista Fábio Pannunzio, onde Palmeira também reconhece não ter pedido licença da função que exercia no Senado durante o período em que esteve na Austrália.

"Por esse motivo, aguardo a manifestação do senador Renan sobre o assunto, porque foi assim que eu agi e esperava que a partir do meu exemplo tivesse se estabelecido aqui um padrão", declarou o orador. A propósito, ele lamentou que no Senado, "algumas pessoas optem por ficar quietas até que o assunto seja esquecido".

Mesmo após a fala do senador Renan Calheiros, que argumentou não ser de responsabilidade dos senadores o controle de freqüência dos funcionários, Arthur Virgílio afirmou não estar satisfeito com as explicações.

"Não me dei por satisfeito. Fica o dito pelo não dito. Talvez o otário tenha sido eu, que vim à tribuna para me explicar, não tendo aceitado participar de uma farsa para ser absolvido", afirmou Virgílio, informando que não pretende apresentar, em função do episódio, uma representação contra o senador Renan no Conselho de Ética por não acreditar mais naquele órgão.

Lista de funcionários


Aproveitando o tema de seu discurso, o senador Arthur Virgílio reclamou da demora da Mesa em lhe entregar a lista com o nome de todos os funcionários, do quadro e comissionados, que foram liberados, com ônus para o Senado, para estudar em país estrangeiro. Ele disse que seu requerimento foi feito em 1; de julho, afirmando que iria exigir uma resposta imediata da Comissão Diretora sobre o assunto.

Em resposta, o 1; secretário, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), comunicou que as informações estão sendo colhidas, mas que se trata de uma busca complexa. Os dados solicitados compreendem o período de 1995 até hoje. Heráclito prometeu uma resposta para o senador o mais rápido possível.