Prova disso foi a crítica, desferida
logo na reunião de posse de Marina, ontem, em relação aos episódios de violência registrados nos
últimos dias na Bahia ; com postos policiais, carros oficiais, ônibus e prédios públicos
queimados, e ataque a policiais militares. ;Vamos enfrentar esse assunto e quero ver autoridade
vir dizer que está tudo resolvido. Com o perdão da palavra, não somos babacas;, destaca
Maggessi. Segundo ela, sua atuação como policial se repetirá na condução da Comissão de
Segurança Pública. ;Sempre fui pelo lado da resolução de conflitos. Não dá para aguentar essa
política do matar e prender, isso nunca deu certo. O Rio está aí, como exemplo. O que acontece é
que os pobres foram levados para a margem da cidade e estourou a violência;, afirma a
deputada.
Uma atuação mais ligada aos direitos humanos sem perder de vista a
responsabilização dos criminosos, segundo Marina, não será difícil. Embora a comissão de
Segurança Pública seja formada basicamente por policiais militares e civis, ela enxerga nos
colegas perfis muito avançados e desprovidos de conservadorismo. ;Tem gente que nem sabe o que
está fazendo ali, vem para as reuniões só para ser tropa de choque do governo. Mas, na maioria,
temos pessoas compromissadas e com visões interessantes do que é segurança pública;,
ressalta.
Polêmicas
Mesmo para temas espinhosos na área da
segurança, a deputada não tem papas na língua. Quanto à redução da maioridade penal, é
terminantemente contra. ;Não dá para você querer avaliar a idade mental de um menino da favela,
drogado, sem escola. Não dá para olhar para ele e dizer: você tem 17 anos e vai para a cadeia!
Não é como filho de bacana, bem estruturado;, explica a deputada. Em outro assunto recheado de
controvérsia, a visão da deputada é também polêmica. ;Não defendo a descriminalização das drogas
de forma alguma, nem para o usuário. Se hoje, sendo crime, ninguém vai preso, imagine se liberar
geral. Quantas mães vão sofrer ainda mais?;, questiona.
O episódio das escutas
telefônicas em que Marina foi flagrada sugerindo ao policial civil Hélio Machado, que chegou a
ser preso em 2006 por envolvimento com máquinas de caça-níquel, que desse um ;tiro nos cornos;
do delegado Alexandre Neto, está totalmente ;superado;, conforme a deputada. Na ocasião, Marina,
que ainda não tinha assumido o cargo na Câmara, foi acusada de receber dinheiro do jogo do bicho
durante a campanha. ;Ficou provado que houve alterações naquele diálogo. Claro que, ao chegar à
imprensa, sofri com aquilo, mas tinha certeza de que tudo ficaria esclarecido;, diz
ela.
1 - Extensa biografia
Carioca,
jornalista de formação, Marina Maggessi atuou como inspetora na Polícia Civil do Rio de
Janeiro por mais de 18 anos, onde conseguiu conquistar o posto de chefe da Coordenadoria de
Inteligência. A equipe que dirigiu foi responsável por prisões importantes, como a dos
traficantes Elias Maluco, Marcinho VP e Uê.
OS
NÚMEROS
20 anos - Tempo de experiência da parlamentar como
policial no Rio de Janeiro
18 anos - Idade considerada ideal, por
Maggessi, para que uma pessoa seja julgada como adulta
Ouça áudio da entrevista com a deputada Marina Maggessi: